Quanto mais vejo e oiço o
que se passa na Assembleia da República, mais me convenço da “orgia de tempo
perdido” que são aquelas sessões onde se dizem coisas sem qualquer interesse,
onde se fazem afirmações que, só por terem sido feitas, são verdades que
dispensam demonstração, onde se repetem, à saciedade, os mesmos chavões, as
mesmas queixas, os mesmos argumentos, as mesmas fantasias, assim como há quem
diga ter soluções que nem imagina o que sejam.
Não sai, daquela casa que
todos nós pagamos, nada que valha o dinheiro que, para a pagar, nos é cobrado!
Discursos longos, de muito
má qualidade, de mau gosto até, são vomitados daquela tribuna pelos “representantes
do povo” que nada mais fazem do que ter a pretensão de falar por ele. Pode a lei
dizer que o representam, mas diz a realidade que não sentem como ele, porque não
é o povo que ali está. São políticos que se acicatam mutuamente com palavreado
meticulosamente torneado para iludir o “pagode”, com piadas que nem sequer
escondem o mau gosto, com discussões estéreis que nada contribuem para o
esclarecimento dos problemas que nos apoquentam e muito menos para os resolver.
Os nossos problemas não
captam a atenção de quem diz representar-nos, porque a sua solução não parece
ser a sua prioridade.
A Assembleia da República torna-se,
nessas ocasiões, numa casa de espectáculos ou num galinheiro onde, em furiosas
lutas, “galos” lutam pelo que julgam ser seu ou querem para si que, neste
caso, é essa coisa odiosa mas para eles tão apetecível que se chama poder.
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