ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 8 de dezembro de 2012

OS SALTA-POCINHAS E A CRISE



"Não acredito que o país esteja no fim e que não haja mais nada para fazer. Acredito que nós, o nosso país, a nossa terra, tem futuro e é mais brilhante do que aquele que temos vivido. Esta é mais uma crise, não passa disso". Isto é uma de muitas coisas que Moita Flores, ex-presidente da Câmara de Santarém, disse na apresentação da sua candidatura à presidência da Câmara M de Oeiras.
A minha admiração por esta personalidade que escreveu já coisas que muito admirei, não me impede de lhe fazer algumas críticas, como sempre faço quando me parece que tenho razões para as fazer.
Em primeiro lugar estas atitudes de “salta-pocinhas” dos que se tornam “pau para toda a obra”, quero dizer, presidenciáveis para qualquer Câmara, não me cai bem porque os municípios são os autênticos poderes regionais que temos, com interesses que os seus naturais podem e devem defender, em vez de se entregarem nas mãos de quem os partidos lhes impinjam! Aliás, esta moda de concorrer a um conjunto de câmaras, uma após outra, tornou-se um caminho político que pretende levar, um dia, à Câmara de Lisboa e, depois talvez, à presidência da República.
Em minha opinião as câmaras municipais não deveriam servir de escadote e, em vez disso, deveriam ser forças políticas que defendem a sua região e tentam obter para ela os maiores benefícios segundo os seus interesses, bem antes de qualquer outra perspectiva de carreira.
Depois, critico-o pela sua deficiente visão do que considera ser mais uma crise e não passar disso.
Tenho pena de que alguém inteligente, como Moita Flores já demonstrou ser, ainda se não tenha apercebido de que esta “é a crise”, de que as anteriores foram apenas o preâmbulo de como acabaria este modo de vida que foi substituindo os verdadeiros valores da vida por interesses materiais que despertam em nós os piores sentimentos e causam ao mundo a maior degradação, que apenas será superada com uma nova mentalidade que aceite a realidade natural como a única que pode pautar o nosso ritmo de vida. Ritmo que, estupidamente, há muito ultrapassámos!

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