(O ministro das finanças alemão)
Por conselho da França e da Alemanha, Portugal não deverá solicitar a suavização dos reembolsos dos empréstimos europeus e do pagamento dos respectivos juros, à semelhança do que foi concedido à Grécia que, de resgate em resgate, vai sofrendo o tremendo castigo que os seus parceiros europeus decidiram impor-lhe em vez da solidariedade que lhe deveriam prestar.
Por conselho da França e da Alemanha, Portugal não deverá solicitar a suavização dos reembolsos dos empréstimos europeus e do pagamento dos respectivos juros, à semelhança do que foi concedido à Grécia que, de resgate em resgate, vai sofrendo o tremendo castigo que os seus parceiros europeus decidiram impor-lhe em vez da solidariedade que lhe deveriam prestar.
Segundo aqueles “países amigos”, o
pedido de Portugal não se justificaria pela situação completamente diferente da
que se verifica na Grécia, ignorando o princípio da igualdade de tratamento de
todos os países sob programa de assistência financeira estabelecido em Julho de
2011 e que Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do
Eurogrupo, reafirmou quando foi decidido conceder à Grécia a melhoria das
condições a que Portugal se julga, por isso, com natural direito.
Não tenho dúvidas de que a
situação na Grécia corresponde a uma calamidade de dimensão ainda não atingida
em Portugal, mas recuso-me a aceitar que a austeridade tenha de ultrapassar um determinado
nível para ser desumanidade. E o que a Europa deixa os povos dos países
assistidos sofrer é, sem a menor dúvida, desumanidade.
De onde haveremos de esperar
solidariedade senão dos parceiros que, parece que erradamente, escolhemos para
percorrer os difíceis caminhos da recuperação de uma crise que, aos poucos, vai
atingindo todos? Mas se a não temos e, em vez disso, os nossos “amigos”
entendem que devemos sofrer as agruras da austeridade que é insuportável para
tanta gente, que deveremos pensar da sua “amizade”?
Por isso cada vez menos me agrada
esta Europa cínica que nos “aconselha” a não pedir o que nem deveríamos ter
necessidade de pedir porque é um direito de igualdade que aliviaria o
sofrimento dos portugueses, com a desculpa de que tal nos assemelharia à Grécia
que a Europa, sem vergonha, já asfixiou.
Nem me surpreende esta farsa que
a França e a Alemanha encenam do “mau aspecto” que daria reclamarmos a
igualdade de tratamento que antes havia sido decidida e tem toda a razão de
ser, porque nunca foi objectivo desses países a solidariedade que tanto
apregoam mas sim a dependência que tanto lhes convém.
Se é esta a solidariedade que
Hollande afirma a Seguro, Merkel promete a Passos Coelho e a admiração que Wolfgang
Schäuble diz ter por Gaspar, Portugal não me parece estar em boa companhia.
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