Não tenho dúvidas de que medidas
duras teriam de ser tomadas para estancar o descalabro que assolou este país
endividado. E porque o problema é de todos, ninguém poderia ficar de fora do
esforço que teria de ser feito. Porém, a equidade teria de ser garantida,
princípio que nem sempre é respeitado.
Desta vez e de um modo quase
inqualificável, foram os reformados as vítimas da voracidade do saque que as
finanças incluíram no OE 2012, cortando os seus rendimentos de forma excessiva
e cruel, talvez porque a Troika os considerou “má despesa”.
Vítimas da sua própria condição
que lhes não permite atitudes de força como os ainda activos podem tomar,
tornam-se no “cordeiro” a sacrificar neste arresto brutal que os vai obrigar a
uma vida mais difícil a partir de agora.
Não será justo que esta
iniquidade passe sem reparo e, para isso, a Associação de Aposentados,
Pensionistas e Reformados (APRE) fez hoje entrega, na Assembleia da República,
de uma Petição com treze mil assinaturas, contra o OE 2012, bem como pedem ao
Presidente da República que solicite a sua fiscalização preventiva.
Parece que esta questão merece um
tratamento que evite a injustiça de que os pensionistas, pelos cortes nas suas pensões, são alvo
porque foram excessivamente atingidos pelo esforço que, de
modo desigual, lhes é exigido.
Se o Tribunal Constitucional já,
por uma vez, evitou uma “desigualdade” que, no caso, não tinha a evidência nem
a expressão que esta tem agora, esperam os maltratados pensionistas que, também desta vez,
considere inconstitucional esta autêntica sevícia.
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