Se
olharmos para os programas do PS, do PCP e do BE, facilmente notaremos as
diferenças nucleares que neles existem, especialmente entre os “socialistas” e
os mais à esquerda, em questões que são, afinal, aquelas que os distinguem, que
constituem as suas especificidades sem as quais não faria sentido que
existissem.
Perante
os esforços do PS para encontrar, à sua “esquerda”, pontos programáticos que
possam justificar um acordo estável apesar das divergências essenciais que são
mais do que evidentes, é oportuna a atitude de pensar se as divergências se desvaneceram
e da parte de quem, pois apenas deste modo será possível saber qual o programa
que, de facto, norteará a governação que, porventura, vierem a fazer.
E,
deste jeito, será que os votantes no PS se não sentirão defraudados na escolha
que julgariam ter feito se uma aliança de “esquerda”, como se diz, vier a
acontecer?
É esta
a primeira questão que põe em causa a “maioria de esquerda” que alguns
contabilizam como se fosse uma verdade.
Para
além disso, é caso para reflectir sobre que “esquerda”, afinal, é o PS que
admite poder estabelecer consensos entre programas completamente divergentes no modo de resolver os problemas que afectam o país.
Se
esta insistência numa coligação de “esquerda” tivesse sido bem explicitada na
campanha eleitoral, seria a mesma a votação no partido socialista?
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