O
que é uma “maioria” é a questão que se põe quando o PS reclama que o seja a que
pode constituir com dois partidos ideologicamente muito distantes de si. Isto,
se for verdadeira a que os socialistas têm dito que é a sua.
A “maioria”
que o PS se propõe formar é daquelas que, infelizmente, a democracia que o
tempo tornou distante da realidade consagra, como se o número fosse a última e
única razão para fazer a verdade ou para tomar decisões que exigem outros
cuidados.
Assim,
será mesmo uma maioria politicamente coerente a que os deputados de PS+PCP+BE possam
constituir? Não o creio porque, em consequência de objectivos básicos e de
futuro muito distintos, nunca será consequente uma solução que divergências
insanáveis impedem. Não passará, por isso, de ser um compromisso de mera
oportunidade para conquista do poder, em circunstâncias que facilmente se podem
prever efémeras.
Por
outro lado, ficou claro que a Coligação PSD+CDS constitui um grupo cuja
homogeneidade a governação de um mandato completo, um acontecimento incomum,
demonstrou.
Já
no que respeita ao conjunto PCP+BE, a menos as guerras que são próprias entre
oficiais do mesmo ofício, poderá ser reconhecido como razoavelmente homogéneo
porque não existem disparidades muito sensíveis nos seus programas que têm
objectivos essenciais comuns.
Assim,
torna-se evidente, numa análise objectiva dos factos, que existem dois
conjuntos com homogeneidade no panorama político português, PSD/CDS e PCP/BE, e
um partido, o PS, que o último dos conjuntos citados consideram semelhante ao
primeiro e por isso o criticou duramente durante toda a campanha eleitoral! Ou
será a campanha eleitoral uma simples encenação em vez de ser a oportunidade de
esclarecimento e de assumpção de compromissos sérios que é suposto que seja?
Há,
pois e nitidamente, uma excrescência na política portuguesa que, poucas dúvidas
me restam, o futuro próximo vai revelar e o eleitorado, necessariamente, terá
em conta em eleições muito próximas.
Seja
como for, aconteça o que acontecer, nada ficará como dantes na política
portuguesa. Isso é mais do que certo.
Apenas
não sei à custa de que.
Mas que o nosso bolso contribuirá fortemente, disso não me restam dúvidas.
Mas que o nosso bolso contribuirá fortemente, disso não me restam dúvidas.
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