ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ESPERAR POR SAPATOS DE DEFUNTO…



Após a última reunião com a “coligação PaF”, António Costa afirmou que as propostas que lhe tinham sido feitas ficaram muito longe do que seria necessário para um entendimento.
A coligação teria de ir muito mais além para tal poder acontecer.
Provavelmente tão além que o programa da Coligação se confundisse com o que Costa (prefiro dizer assim porque PS me parece ser outra coisa) apresentou e então lhe permitiria dizer que, afinal, o vencedor das eleições foi ele.
E seria verdade se assim acontecesse porque a coligação teria enganado os seus eleitores com um programa que, depois, alterou profundamente.
Daí que as cedências não possam ir além das que não desvirtuem o programa sufragado como, porventura, o serão aquelas que a PaF apresentou, pois se tal acontecesse não teríamos senão de reconhecer a vitória de Costa. Estranha mas real.
Não creio que a coligação se deixe arrastar por tal caminho que transformaria a sua inesperada mas muito notável vitória nas eleições, na derrota mais vergonhosa alguma vez acontecida.
Nem me parece que se possa acrescer o optimismo maior ou menor que todas as propostas já revelam e que leve a acreditar num forte crescimento económico que já não existe em parte alguma neste mundo em recessão e, em consequência, possa dar crédito à criação de emprego, à baixa de IRS e do IVA, à reposição imediata de salários dos funcionários públicos e das pensões dos reformados, assim como outras mais promessas que Costa se não cansa de gritar.
É por isso que digo que, nas contas de Centeno, só a prova dos nove bate certo porque as hipóteses miríficas consideradas nas parcelas que elas somam a não afectam, de todo.
É mais do que verdade que se as contas da coligação já são, apesar de prudentes, algo temerárias, então o que dizer das que nos prometem viver como se este Inferno em que o mundo se está a transformar fosse o Céu que Costa nos garante?
Será que vamos cair no logro de esperar por sapatos de defunto para nos calçarmos?
Morreremos descalços.

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