Após
a última reunião com a “coligação PaF”, António Costa afirmou que as propostas
que lhe tinham sido feitas ficaram muito longe do que seria necessário para um
entendimento.
A
coligação teria de ir muito mais além para tal poder acontecer.
Provavelmente
tão além que o programa da Coligação se confundisse com o que Costa (prefiro
dizer assim porque PS me parece ser outra coisa) apresentou e então lhe
permitiria dizer que, afinal, o vencedor das eleições foi ele.
E
seria verdade se assim acontecesse porque a coligação teria enganado os seus
eleitores com um programa que, depois, alterou profundamente.
Daí
que as cedências não possam ir além das que não desvirtuem o programa sufragado
como, porventura, o serão aquelas que a PaF apresentou, pois se tal acontecesse
não teríamos senão de reconhecer a vitória de Costa. Estranha mas real.
Não
creio que a coligação se deixe arrastar por tal caminho que transformaria a sua
inesperada mas muito notável vitória nas eleições, na derrota mais vergonhosa
alguma vez acontecida.
Nem
me parece que se possa acrescer o optimismo maior ou menor que todas as
propostas já revelam e que leve a acreditar num forte crescimento económico que
já não existe em parte alguma neste mundo em recessão e, em consequência, possa
dar crédito à criação de emprego, à baixa de IRS e do IVA, à reposição imediata
de salários dos funcionários públicos e das pensões dos reformados, assim como
outras mais promessas que Costa se não cansa de gritar.
É
por isso que digo que, nas contas de Centeno, só a prova dos nove bate certo
porque as hipóteses miríficas consideradas nas parcelas que elas somam a não
afectam, de todo.
É
mais do que verdade que se as contas da coligação já são, apesar de prudentes, algo
temerárias, então o que dizer das que nos prometem viver como se este Inferno
em que o mundo se está a transformar fosse o Céu que Costa nos garante?
Será
que vamos cair no logro de esperar por sapatos de defunto para nos calçarmos?
Morreremos
descalços.
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