A
política começa a mostrar todos os seus “rabos de palha” nesta trapalhada em
que estamos metidos e da qual nem muito bem sabemos o que poderá resultar.
São
tão díspares as opiniões que por aí se expressam, tão diversas as razões que se
apontam para que seja assim ou de outra forma qualquer que é difícil entender
qual a posição certa nesta embrulhada que o ganhar de quem perdeu está a causar!
Parece
que num ponto as opiniões são mais convergentes, o de que, seja qual for a
solução, o governo que dela sair não será para durar. E tal apenas poderá
significar mais problemas para todos nós que vamos pagar, pela certa e muito
caro, as madurezas que os nossos políticos fizerem.
Mas
para além de quem virá a formar governo e qual governo, parece-me mais
significativo, como lição para o futuro, notar que, em todas as discussões e acordos
que decorrem, não é o bem-estar e a felicidade dos portugueses e o futuro de Portugal a preocupação
dominante, se é que chega a ser preocupação.
A
grande questão é quem vai tomar o poder, no que, apesar da dicotomia, já sem
sentido mas sempre invocada, de ser a esquerda ou a direita, é mais a
personagem António Costa, o seu projecto pessoal e de um certo PS o que está no centro de tudo.
O
jogador político que, de modo insidioso, foi afastando todos os obstáculos,
dentro e fora do seu partido, para alcançar a vitória rotunda que, afinal, não
passou de uma derrota humilhante, é, neste momento, o jogador que julga ser também o árbitro num jogo perigoso para todos, ele incluído.
Pensará
Catarina Martins que pode esperar que Costa ponha em prática alguma das
políticas que constituem a razão de ser do BE que lidera? De modo algum! Então
vai apoiá-lo por que? Qual é a sua estratégia a longo prazo? Esta será a
questão.
Nem
vale a pena falar do PCP que, com características tão próprias, com as defuntas
ideias stalinistas que teimosamente conserva, não vejo como poderá misturar-se
seja com quem for, sobretudo com o BE que com ele reparte alguns dos princípios
ideológicos básicos e deseja aproveitar o momento, que julga chegado, para lhe “comer
as papas na cabeça”.
E
não se julgue o PS a bom recato porque é o mesmo que Catarina quer de si, apenas
esperando a hora de mostrar que não passa de um partido excessivo porque, afinal, nada acrescenta
como alternativa e, por isso, não passa de um empecilho para a “verdadeira
esquerda” se assumir como tal.
Ainda
a procissão nem saiu para o adro. Vamos ver o que sucede quando lá chegar.
Quanto
à Coligação PaF, creio já ter reparado que, nesta fase, o seu papel está cumprido e nada mais lhe resta do que formar um governo cujo programa a AR não aprovará para que seja Costa o Primeiro Ministro.
Depois,
à PaF resta-lhe esperar que o “menino” lhe caia nos braços e a nós rezar para
que os danos que este circo nos vai causar nos não saiam insuportavelmente caros.
Como na Grécia.
A menos que...
Como na Grécia.
A menos que...
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