Já
por vezes demais aqui tenho referido as crónicas de Mário Soares como sendo
manifestações de alguém já bem longe da realidade, com uma noção das coisas que
se não conforma com os tempos que vivemos porque se ficou por outros tempos
passados em que tudo parecia bem diferente do que, na realidade, é.
A
“democracia” parecia ser a cura de todos os males e uma certa arte de ilusionismo
era a que o fazia parecer assim.
Mas
o mundo não parou no tempo e as coisas modificaram-se porque nada há que fique,
para sempre, igual. É assim que acontece a vida.
Apenas
a “democracia anquilosada” entende que se não deve ajustar àquilo em que a
realidade se tornou. E Mário Soares é um dos grandes defensores dessa
democracia que julga mandar no mundo que, deve ele pensar, pode talhar da forma
que lhe der mais jeito.
Acabo
de ler o seu “apelo” ao voto no PS para uma vitória pela qual, diz, não se
cansa de lutar e vejo nele o desentendimento mais profundo do que o mundo hoje
é.
As
suas razões são a “longevidade” que, segundo diz, as legitima!
A
véspera do 5 do Outubro é outra das suas razões, como se tal, passado há mais
de 100 anos pudesse, ainda, constituir alguma razão.
O
seu “percurso”, ao qual também apela, seria a pior das razões porque ele também
degradou o país que diz que os actuais governantes devastaram ao longo de
quatro anos.
Por
fim, a esperança no futuro não se faz de recordações mais ou menos românticas
mas de razões que, ao lingo da campanha eleitoral, ficou bem claro que se
revelaram pela negativa, como se o dizer mal de alguém nos fizesse melhores!
Um
apelo assim não é mais do que pedir que abdiquemos das razões que tivermos,
para que votemos em função das que ele tem.
É,
pois, uma contra-razão.
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