Depois
de ter ouvido de Catarina Martins que todas as divergências entre PS e BE
estavam ultrapassadas, no que, naturalmente, acreditei tanto como ser possível
ir à Lua numa prancha de surf, chego à conclusão de que, afinal e como já havia
compreendido, nada mais existe do que um acordo para não aprovar o programa de
governo de Passos Coelho e, em alternativa, aprovar o de António Costa, mesmo
sem neste caberem, tal como no de Passos Coelho, os objectivos programáticos que
são a razão de ser do BE e do PCP que, pelos vistos, se deseja aliar à mudança.
Deste
modo se constitui a frágil maioria liderada (?) pelo grande derrotado das
eleições, tão frágil quanto as divergências dentro do PS e nos confrontos
insanáveis entre os dois bastiões da extrema esquerda portuguesa.
Assim,
espera Costa assumir o poder que os portugueses lhe não confiaram e a “esquerda”
alterar o padrão de governação em Portugal que passaria da tradicional
alternância entre os dois maiores partidos, PSD e PS, para outra entre a “direita”
e a “esquerda” como se estas designações ainda tivessem o significado que
outrora já tiveram mas perderam quando a degradação ambiental e a escassez de
recursos apontam um só caminho que é o da inteligência e da moderação para minimizar
os efeitos de mau agouro que tanto erro praticado pela “economia” que todos
praticam foi causando.
Porém,
nasce esta “maioria” de esquerda com o síndroma da Torre de Babel cujo
objectivo mal definido e inacessível, rapidamente pôs a nu as profundas divergências entre os seus mentores que, inevitavelmente, se afastaram sem que qualquer deles
alcançasse o que era o seu "secreto" propósito de hegemonia.
No
final do sonho desfeito, todo o esforço, vidas, material e tempo gastos num
projecto sem sentido não passaram de perdas que não aproveitaram a ninguém,
antes criaram sérios danos a toda a gente.
Sem comentários:
Enviar um comentário