Apesar
da derrota humilhante que sofreu, a falta de maioria da coligação PaF permite a
António Costa parecer, agora, o chefe da charanga desafinada em que a política
portuguesa se tornou.
Com
arremedos de acordos à esquerda que permitiriam formar uma “maioria” de
bloqueio ao governo que os vencedores das eleições possam formar, o líder já
contestado no PS assume uma postura de jogador de poker que bem domina o “bluff”
com o que pretende levar Passos Coelho a cedências programáticas que, depois,
lhe permitiriam reclamar a vitória que, apesar de natural e presumivelmente
fácil depois da governação difícil do PSD/CDS, nem mesmo assim conseguiu!
Mas
pode a “finta” não lhe correr bem, a curto ou a longo prazo, o que determinaria
um duro rombo na sua já desacreditada carreira política.
Pode
o PaF não cair no logro, e penso que não correrá jamais o risco de ir para além
do que seja razoável para manter controladas as finanças nacionais, e a
alternativa será a capitulação ou, se o mau senso prevalecer, aliar-se,
efectivamente, ao PCP e ao BE.
E
é aqui que a questão se complica porque passará de aparente dominador a
dominado porque os seus parceiros esquerdistas lhe exigirão, em troca do seu
apoio, o que têm a oportunidade única de conseguir nesta situação irrepetível
porque a tragédia natural que se seguirá impedirá que se repita.
A
longo prazo, esta alternativa sempre será, sem a menor dúvida, um insucesso profundo
porque não será necessário esperar muito tempo até a desgraça de novo nos bater,
de novo, à porta.
Então,
já não será Costa o perdedor, mas todo este país que tem políticos assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário