Quando
Costa apareceu para afastar Seguro e se afirmou como aquele que faria regressar o PS
ao poder, pensei que não haveria forma de travar a adesão à sua causa de promessa de acabar
com a austeridade, com o que, garantiu, faria regressar os portugueses
aos tempos da abastança socrática em que tudo parecia correr como num sonho lindo,
com dinheiro que, sem cessar, caía do Céu. Era o que parecia, mas o resultado foi semelhante ou de qualquer outra ilusão.
Mas
a memória costuma ser curta e a politiqueira arte de enganar muito eficaz, pelo
que o caminho muito duro percorrido ao longo dos últimos anos, ainda que o
único possível depois do resgate financeiro a que o esbanjamento obrigou, seria
fácil de ser tornado na razão de ser das desgraças do país e, assim, seria a
causa de nova vitória socialista que, por mais promessas que fizesse, jamais acabaria com a maldita austeridade que poderes mais altos, os da Natureza, nos impõem.
Seria de esperar um sentimento de profundo desagrado pela vida difícil que vivemos, o qual, nas eleições, punisse o governo pela vida dura mas regrada que a todos impôs.
Seria de esperar um sentimento de profundo desagrado pela vida difícil que vivemos, o qual, nas eleições, punisse o governo pela vida dura mas regrada que a todos impôs.
Todos
ou quase todos pensaríamos que seria assim, por ser assim que, normalmente, o
povo reage, sempre à procura de quem prometa mais no leilão em que as eleições
sempre acabam por tornar, num tempo da mais profunda desinformação, quando a mistificação é a arte mais usada.
Costa
apareceu a vender uma “banha da cobra” de espectro alargado, daquelas que faz bem
a tudo, desde a queda do cabelo até aos dolorosos calos nos pés, as verrugas e outros incómodos, com uma aura
de “competência” que a sua experiência como presidente da Câmara de Lisboa
esperava que lhe daria.
Apresentou
somas certas de parcelas erradas, nas quais, por certo acreditaríamos se cedo nos não ensinassem que se não podem somar nabos com melões, como na festa final da vitória que não foi.
Tentou dar um novo rumo à História recente que seria difícil termos já esquecido, atirando para outros as culpas que são suas.
Tentou dar um novo rumo à História recente que seria difícil termos já esquecido, atirando para outros as culpas que são suas.
Uma
manobra tosca que, mesmo assim, seria a fórmula mágica de um sucesso imparável
como as primeiras sondagens e as eloquentes cogitações dos brilhantes
comentaristas que por aí ganham a vida a dar palpites, desde logo o garantiram.
Mas
enganei-me, enganaram-se eles, em duas coisas fundamentais, porque o tempo depois mostrou que nem Costa é o
político confiável e seguro que parecia ser nem o povo é tão ingénuo como era
seu costume quando acreditava em mágicos que, de facto, tiram coelhos da
cartola!
Aos
poucos tornou-se evidente que Costa não trazia consigo qualquer proposta
diferente que desse confiança a um povo que, finalmente, preferiu dar ouvidos
ao bom senso e ao saber dos seus maiores que lhes ensinaram o elementar princípio
“guarda que comer, não guardes que fazer”.
Há
muito para fazer depois do sufoco que passámos e estamos muito distantes ainda do
que é necessário para viver melhor, porque é preciso um trabalho imenso para fazer
de Portugal o país que merece e pode ser.
É
necessário semear para colher, diz o saber de experiência feito e aproveitar, de um país, dois
terços quase abandonados, para que produzam conforme as suas possibilidades, é
tarefa árdua, bem diferente das conquistas revolucionárias e dos direitos que a
Constituição concede em troca de nada. É trabalho árduo a que este “socialismo”
não parece habituado.
Por
isso, será de um outro socialismo de que Portugal carece.
Mas ainda a procissão vai no adro…
Depois de não poder desligar-se dos erros cometidos por governos em que foi ministro, nem conseguir fazer esquecer quanto exultou com a vitória derrotada do Syrisa, Costa ainda teve o desplante de fazer um discurso de ilusão e de se não demitir como as regras da política o fariam supor, o que leva a crer que tentará fazer o que alguns "inteligentes" já lhe propõem: deitar abaixo este governo e provocar novas eleições.
Aí, António Costa desaparecerá de vez e, desacreditados os gerontes que não acreditam que os tempos mudaram, talvez o PS resolva ser aquilo que um partido socialista deve ser!
Depois de não poder desligar-se dos erros cometidos por governos em que foi ministro, nem conseguir fazer esquecer quanto exultou com a vitória derrotada do Syrisa, Costa ainda teve o desplante de fazer um discurso de ilusão e de se não demitir como as regras da política o fariam supor, o que leva a crer que tentará fazer o que alguns "inteligentes" já lhe propõem: deitar abaixo este governo e provocar novas eleições.
Aí, António Costa desaparecerá de vez e, desacreditados os gerontes que não acreditam que os tempos mudaram, talvez o PS resolva ser aquilo que um partido socialista deve ser!
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