Leio
(talvez seja melhor dizer que lia) jornais há muito tempo, muitas dezenas de
anos, e sei ver bem a diferença que existe entre o jornalismo de outrora e o
que agora se faz.
Ser
jornalista chegou a ser algo que me apeteceu ser também, encantado que ficava
com as grandes reportagens e artigos de fundo que então se faziam e me dava
muito gosto ler.
A
noção de notícia era clara, tal como o era a ética jornalística e o respeito
pelo público que acreditava no que os jornais lhe diziam.
Hoje,
nem sei se ainda haverá ética ou se não será, a que existe, demasiadamente permissiva,
sem os valores éticos e morais que fez grandes os nomes maiores de um
jornalismo credível e de elevado nível.
Eram,
então, muito menos os jornais que se publicavam, de manhã ou de tarde, apenas
exigindo que se tivesse cuidado com os artigos de propaganda do regime que não
eram melhores nem piores do que alguns que hoje também se fazem com o mesmo
propósito.
Mas
há um pormenor que, para além do pouco respeito que há pela verdade que algumas
vezes chega ao ponto de a deturpar, me desagrada neste jornalismo que é o leva
e traz que acicata ânimos, provoca desavenças e vive das confusões que provoca.
Será assim porque muitos jornalistas talvez sejam escolhidos não pela competência que
tenham mas pelos fretes que façam?
Tenho
dificuldade e confiar no jornalismo de hoje porque sempre desconfio da isenção
com que o que leio foi escrito.
Por
que será?
Os meus respeitos por aqueles que, no meio disto tudo, ainda se regem pelos melhores princípios do jornalismo.
Os meus respeitos por aqueles que, no meio disto tudo, ainda se regem pelos melhores princípios do jornalismo.
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