Contaram-me, certa vez, uma
história que me garantiram ser verdadeira. Naquele restaurante, o prato do dia
era língua de vaca estufada, coisa que ao cliente não agradou porque, disse
ele, não come coisas que saiam da boca dos animais. Para não ficar sem almoço,
acabou por pedir dois ovos mexidos!
Seja o que for que tenha
almoçado, lá se satisfez a pessoa a necessidade de se alimentar.
Foi o que me veio à ideia a
propósito das hesitações, do contesta e não contesta, do decide e não decide como medida que permita ao
governo arrecadar o dinheiro de que precisa para cumprir as metas com que se
comprometeu com a Troika.
Saia de onde sair, o dinheiro
terá de ser colectado, sem o que a continuação do financiamento da dívida pelo
FMI, União Europeia e BCE fica comprometido, com consequências que melhor será
não falar delas a esta hora da noite para não ficarmos com insónias.
Pobres de nós se nos deixarmos
levar pelas conversas dos que, simplesmente, querem que se lixe a Troika! Há ainda muito para fazer antes disso. Precisamos de por em ordem uma casa há muito desorganizada por políticos incompetentes que, nas políticas de curto prazo, as únicas que esta "democracia do confronto" consente, nos endividaram para mostrarem o "serviço" que lhes poderia valer a continuação no poder. A sua enorme preocupação, o seu projecto mais querido.
Depois, e muito urgentemente, precisamos de ser
fortes, sabedores e inteligentes para procurarmos as soluções que nos convenham, porque é estúpido
este martelar no dedo na esperança de sentir o alívio nos intervalos. Tem sido assim sempre nas "soluções" das crises que, inevitavelmente, acabam por voltar.
Na situação delicada em que nos encontramos, não convém tomar atitudes de "marialva" que, com certeza, nos vão perder.
Na situação delicada em que nos encontramos, não convém tomar atitudes de "marialva" que, com certeza, nos vão perder.
Disse algumas vezes que cada país
tem o Carvalho da Silva que merece. Mas nem imaginava que havia um Arménio…