Mais uma vez as apreciações que
os diversos partidos políticos fizeram, após uma reunião conjunta com a Troika,
me renovou a sensação de não ser a resolução de problemas mas a procura das
razões que aos interesses políticos de cada um mais se ajustam que os faz ouvir
coisas diferentes, as coisas que dão razão àquilo que vêm dizendo. Este é o
grande objectivo dos políticos incapazes que, de quando em vez, nos pedem para
votarmos neles. E nós votamos!
A posição mais flagrante foi a do
homem do BE que me parece já não ter idade para fantasias, o qual afirmou que
outros disseram à Troika aquilo que os outros negaram, em absoluto, terem dito.
Que estranho! Ainda se fosse o Louçã…
Por que será que, mesmo quando
todos deveriam fazer uma frente unida para por em prática uma estratégia comum
de defesa dos interesses nacionais, preferem marcar as diferenças que
preconceitos fortes demais não consentem atenuar mesmo quando o interesse
daqueles que dizem representar e defender desesperadamente o reclama?
Não é que a Troika me desperte
alguma simpatia ou consideração especial ou, até mesmo, lhe reconheça alguma
competência que nos possa sossegar quanto ao sucesso das soluções que impõe.
Pelo contrário, tenho-a por um grupo de indivíduos incapazes e politicamente
toscos que regularmente fazem o frete de aqui vir fazer umas perguntas, “analisar”
uns dossiers, verificar umas contas para, depois, emitirem o parecer que já sabiam qual era, precisamente o que a
Srª Merkel aprovaria. O esperado cheque de uns quantos milhares de milhões poderá,
depois, ser passado, com o foi já por outras vezes.
Mas, para além destas fantasias,
o que eu mais gostaria de saber é como se comporta o governo nas reuniões que
faz com a Troika, essas sim importantes. Limitar-se-á a ouvir as “doutas”
opiniões destas figuras cinzentas da finança mundial ou será que discute mesmo
com elas na defesa dos interesses nacionais? Ou será que, por receio de
represálias, “metem o rabinho entre as pernas”? Gostaria, mas não vou saber.
Mais uma vez se espera um parecer
“positivo” deste grupo de burocratas financeiros. Nem podia ser de outro modo.
E, consequentemente, tudo continuará como antes, sem os ajustamentos ou
correcções que qualquer processo, seja ele do que for, SEMPRE necessita?
Ao longo de uma vida profissional
muito longa e muito preenchida com alguns problemas não fáceis de resolver, não
pude deixar de aprender que não há projecto que nasça tão escorreito como
pensámos que seria. Ao longo do tempo há, SEMPRE, ajustamentos e correcções que
se impõem, sem os quais se desencaminhará, fugindo dos objectivos.
Estou ansioso por saber o que, no
final, nos será dito. Mas já sei que, seja o que for, não passará de um “encanar
a perna à rã” como é costume.
Se for assim é pena que o seja porque
este seria o momento da verdade para o êxito ou o insucesso deste esforço que
nos é pedido. Veremos…
Se o governo não aproveitar, da
melhor forma, esta oportunidade única, poderá ter início um ciclo bem mais
complicado.
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