ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UMA SONDAGEM PREOCUPANTE



Fazer uma sondagem neste momento de contestação aberta e de contendas de resultado duvidoso é o mesmo que pedir a alguém que tome uma decisão com a “cabeça quente” o que, como bem se sabe, não é coisa que se recomende. Mesmo assim, talvez a sondagem seja oportuna por diversas razões, a primeira das quais será a que mostra aos eternos maldizentes que não vale a pena tanto esforço numa “conversa” que não pega.
A segunda mostra ao PS que não foi esquecida a sua política descuidada e oportunista que quase nos deixou na miséria.
Uma terceira é uma chamada de atenção a um governo que pensa ser a austeridade uma situação que se suporta por “dever de ofício”.
As quedas do PSD e do CDS são, naturalmente, as que nestas circunstâncias se esperariam. Os resultados penalizaram, obviamente, os partidos do governo demasiadamente empertigados na sua majestática atitude de não dar mais razões do que “tem de ser senão…”. Mas que o PS não tire outro benefício do que, por queda do PSD, ficar à frente nas intenções de voto, é um resultado francamente preocupante para os socialistas. Esta é mais óbvia conclusão que os resultados da sondagem mostram.
As coisas não estão fáceis para todos. Não estão fáceis para os que suportam a austeridade da qual, olhando o que sucede, apenas se espera que se torne ainda maior. Não são fáceis para o governo que crê poder fazer sozinho o que apenas todos juntos conseguiremos, para o que precisamos de ser esclarecidos. São difíceis para o PS, apesar do enorme esforço de lavagem cerebral em que está empenhado, não alcança os resultados que esperaria. Não são fáceis para o CDS que não vê resultar a sua táctica de “tirar a pata da poça” em que a meteu. Não são fáceis, também, para o PSD que não pode consentir o golpe de rins com que o quiseram passar para trás sem lançar o país no caos em que uma crise política o lançaria. Finalmente, não estão fáceis para o país que pode ver comprometidos tantos esforços que já fez e tantos sofrimentos que já suportou, em consequência das tácticas políticas que, sem excepção, todos adoptam para tirar dividendos da vulnerabilidade em que nos encontramos.
Seguro que compreendeu bem o que o povo também lhe transmitiu, tanto nas manifestações de iniciativa popular como nos resultados desta sondagem, desvaloriza os números que, em princípio, o deveriam ter favorecido porque é isso que, em regra, sucede quando o “inimigo” é penalizado.
Passos e Portas, compreenderam a fatalidade das suas situações e apenas podem arranjar uma explicação, coxa que seja, para as rixas em que se envolveram.
O Presidente da República não vai em modas e escuda-se no Conselho de Estado, como é natural que faça, para controlar uma situação que, se descarrilar, pode ser fatal.
Por isso, uma conclusão definitiva se pode tirar dos resultados desta sondagem divulgada: o povo castiga quem o faz sofrer, mas não esquece de quem é a culpa!

Sem comentários:

Enviar um comentário