ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

QUESTÕES DE FORMAÇÃO E DE EXPERIÊNCIA



Um trabalho da jornalista Maria Martins, publicado no Expresso, tem como introdução “Perguntamos a alunos, professores e especialistas se era benéfico fazer uma paragem a meio do curso para ganhar experiência profissional e desenvolver competências que não se aprendem na universidade. A resposta é sim”.
A autora do trabalho cita o caso de alguém que, depois de três anos do curso de Administração e Gestão de Empresas da Universidade Católica, resolveu envolver-se no mercado antes do mestrado, no que foi e está a ser muito bem sucedido.
Depois de “Bolonha” cuja intenção não parece ser mais do que aumentar a “produtividade” das escolas que produzem doutores em vez de melhorar a qualidade da preparação dos futuros profissionais, o “ensino empacotado” apresenta, quanto a mim, diversos inconvenientes que se reflectem na formação final e na qualidade do seu trabalho.
Em primeiro lugar saliento, na maioria dos casos, a excessiva redução do tempo ao fim do qual alguém é dado como apto para o exercício de uma profissão que exige formação superior. A aquisição de saber precisa de tempo de maturação que os cursos comprimidos lhe não proporcionam. Decerto por isso é considerada boa prática “dormir sobre o assunto” quando se trata de tomar decisões mais difíceis. O tempo é indispensável na experiência que do saber também faz parte.
Depois, um drástico empobrecimento dos currículos reduz a área do conhecimento global dos “especialistas” que um dado curso produz, os quais, deste modo, têm à volta do seu conhecimento específico enormes lacunas de saber que lhe não permitem um relacionamento fácil com “especialistas” em outras matérias.
Finalmente, uma total falta de planeamento que torne claros projectos de futuro para que não haja investimentos em formação distorcidos em função das necessidades. Por exemplo, para que não haja cada vez mais professores quando o número de alunos, ano a ano, se reduz!

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