Apesar das manifestações
sucessivas que situações de muita carência e ansiedade possam justificar, não
me parece que sejam os que nelas agora são vaiados, aqueles que um dia se sentarão
no banco dos réus para que sejam avaliados os seus actos de gestão.
Não será, portanto, justo que se
transforme o que a democracia permite, a manifestação, numa mostra de má
consciência que se não dá conta do logro em que tantos acabam por cair.
Como muitos, manifestei a minha
discordância por coisas que foram mal feitas, tal como por outras que devendo ter
sido feitas o não foram e, por isso, tornaram mais duras as medidas de austeridade
que já quase nos sufoca.
Mas não posso concordar com as
manifestações de desrespeito grosseiro que, sei lá por quem instigados, tantos
portugueses andam por aí a fazer. É desagradável e não resolve problema algum
proceder desta maneira. Bem pelo contrário, poderá acarretar mais problemas se
uma crise política se instalar, apenas para servir os interesses daqueles para
os quais quanto pior melhor.
Uma sondagem, da qual muitos nem
sequer souberam ler os resultados, logo levou o PCP a reclamar por um governo
de maioria de esquerda! Seremos todos loucos?
Enfim, não me faz sentir confortável
a possibilidade de uma situação que, em vez dos sacrifícios que esta já me
trás, me faça passar por outros ainda bem maiores.
Reclamar sim, mas nos modos que o
respeito exige. Ou será que nas liberdades democráticas cabe a má educação e o
insulto?
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