A notícia é que, num estudo da Allianz
- Global Wealth Report que faz o balanço dos rendimentos financeiros médios por
habitante nos diferentes países europeus, Portugal ocupa o 19º lugar à frente
da Finlândia. No topo encontra-se a Bélgica com quase 70.000 euros anuais por
habitante, mais do triplo dos cerca de 20.000 de Portugal. A Espanha, este
colosso aqui do lado, onde os salários são mais do que duplos dos nossos mas
tão falido como nós, nem sequer entra neste grupo.
É um modo de ver as coisas este
de as analisar considerando diversos parâmetros, entre os quais o rendimento médio
anual por habitante.
Mas a média não é um valor
significativo em si próprio, pois não passa de uma referência em relação à qual
há que considerar os desvios dos valores estatísticos dos quais resulta. Nem
será um parâmetro perfeitamente seguro de comparação entre estatísticas, por
isso dos países a que os rendimentos médios deste estudo dizem respeito.
A notícia, tal como a li, não faz
referência a esses desvios dos valores mais elevados e dos valores mais baixos
em relação à média o que, para além das diferenças brutais entre estas, pode
significar, para os de menores rendimentos, uma miséria enorme que o estudo
esconde.
Sabendo como em Portugal esses
desvios são enormes, decerto entre os maiores da Europa, como o comprova, sem a
menor dúvida, este estudo que coloca entre os 20 mais ricos um país onde a
remuneração do trabalho é das mais baixas deste continente, poderemos concluir ser aos
rendimentos mais avultados que o governo deve ir buscar aquilo de que necessita
para endireitar as suas contas. E ainda lhes sobejaria muito.
Além desta conclusão em
consequência de um Top 20 no qual, se incluíssemos as ditas “economias
emergentes”, continuaríamos integrados, o resultado mostra bem o estado da
economia mundial que os economistas insistem em querer reconduzir a níveis de
uma abastança que, afinal, nunca existiu, tal como mostra bem a miséria de um mundo em
que milhões morrem de fome!
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