ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O TOP 20 DO NOSSO DESCONTENTAMENTO



A notícia é que, num estudo da Allianz - Global Wealth Report que faz o balanço dos rendimentos financeiros médios por habitante nos diferentes países europeus, Portugal ocupa o 19º lugar à frente da Finlândia. No topo encontra-se a Bélgica com quase 70.000 euros anuais por habitante, mais do triplo dos cerca de 20.000 de Portugal. A Espanha, este colosso aqui do lado, onde os salários são mais do que duplos dos nossos mas tão falido como nós, nem sequer entra neste grupo.
É um modo de ver as coisas este de as analisar considerando diversos parâmetros, entre os quais o rendimento médio anual por habitante.
Mas a média não é um valor significativo em si próprio, pois não passa de uma referência em relação à qual há que considerar os desvios dos valores estatísticos dos quais resulta. Nem será um parâmetro perfeitamente seguro de comparação entre estatísticas, por isso dos países a que os rendimentos médios deste estudo dizem respeito.
A notícia, tal como a li, não faz referência a esses desvios dos valores mais elevados e dos valores mais baixos em relação à média o que, para além das diferenças brutais entre estas, pode significar, para os de menores rendimentos, uma miséria enorme que o estudo esconde.
Sabendo como em Portugal esses desvios são enormes, decerto entre os maiores da Europa, como o comprova, sem a menor dúvida, este estudo que coloca entre os 20 mais ricos um país onde a remuneração do trabalho é das mais baixas deste continente, poderemos concluir ser aos rendimentos mais avultados que o governo deve ir buscar aquilo de que necessita para endireitar as suas contas. E ainda lhes sobejaria muito.
Além desta conclusão em consequência de um Top 20 no qual, se incluíssemos as ditas “economias emergentes”, continuaríamos integrados, o resultado mostra bem o estado da economia mundial que os economistas insistem em querer reconduzir a níveis de uma abastança que, afinal, nunca existiu, tal como mostra bem a miséria de um mundo em que milhões morrem de fome!

Sem comentários:

Enviar um comentário