Parece-me que o primeiro-ministro
e o ministro das finanças terão andado tempo demais distraídos porque outra
coisa não significará o facto de, tão pouco tempo depois de terem afirmado que
2013 seria o ano da recuperação, terem apresentado ao país medidas de
austeridade que já não são suportáveis e não evitam que no próximo ano continue
a recessão.
Parece-me distinguir, entre as
novas medidas que nos vão tornar a vida mais difícil, algumas que não vejo como
possam alcançar os resultados que, com elas, se pretende atingir.
Não é admissível que, nesta
altura, ainda tenham de ser as medidas casuísticas e de efeito rápido as que são adoptadas, enquanto outras frequentemente apontadas como possíveis e
indispensáveis continuam a depender de estudos e de decisões que tardam já
demais a ser tomadas.
Parecia ser ponto assente não
haver mais subidas de impostos neste processo de ajustamento financeiro do país,
mas entre as medidas que o governo se propõe tomar para controlar o défice,
nenhumas outras mais foram mencionadas. Fala o governo da inevitabilidade de
tais medidas em face de uma situação que não permitiria cumprir, já no final
deste ano, as metas do acordo feito.
A possibilidade desta emergência
deveria ter sido considerada no planeamento das estratégias do governo de modo
a que pudesse ter sido evitada pela tomada de outras medidas de redução de
despesa real e não aquela que corresponde a não pagar a uns o que lhes é devido
pelo trabalho que prestam e a outros negar o que lhes deve pelo dinheiro que, em descontos, lhe entregaram! Era o que eu esperava deste governo que, afinal, não foi
capaz de evitar o excesso de austeridade que asfixia o país e só pode ter o
efeito que dá razão à alternativa de “não morrer do mal mas da cura”!
Depois dos erros cometidos por um
governo irresponsável que nos endividou em excesso, gerado por um partido que
julga ser o Estado Social um “direito” em vez de uma “conquista” do trabalho de
todos nós, não me parece que um novo governo PS seja a alternativa que Portugal
necessita, como me não parece que um governo que não consegue endireitar as
finanças sem martirizar o país, seja o que merece continuar uma tarefa que não
consegue cumprir sem infligir mais dor.
Que resta para além disto? As desconhecidas e ridículas sugestões do PCP ou do BE?
Jamais! Recuso aceitar a ideia de não haver neste país quem seja capaz de fazer o que é necessário que seja feito sem mais revoltas de militares.
Que resta para além disto? As desconhecidas e ridículas sugestões do PCP ou do BE?
Jamais! Recuso aceitar a ideia de não haver neste país quem seja capaz de fazer o que é necessário que seja feito sem mais revoltas de militares.
A euforia dos abutres que já
cheiram a carne podre do poder deixa-me nervoso, preocupado e não me deixa ter
qualquer confiança no futuro seja deste país ou do mundo que também não enxerga
o caminho errado que percorre.
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