A responsabilização civil e
criminal dos políticos é uma atitude que apenas os políticos não defendem.
Dizem que a sede própria para julgar os políticos são as eleições! As eleições
em que nós, dóceis carneirinhos, lhes entregamos, de mão beijada, o que é nosso,
sem direito a pedir-lhes responsabilidades pelo que dele venha a fazer.
Mas não pode ser assim, porque
tem de ser responsável quem gere o que é de todos nós e não bastará, em
julgamento político, dizer-lhes vai-te embora porque fizeste mal. Justo é que
prestem contas pelo mal que fizeram. Nesse julgamento se verá qual a natureza
dos erros que praticaram.
Que fiquem sossegados os que são
sérios porque ninguém é condenado por ser, apenas, incompetente. É aos
incompetentes que se aplica a justiça política nas eleições. Não aos outros.
Diz o povo que “quem o seu não vê,
o diabo o leva”. E é verdade. Entregamos o que é nosso a políticos
incompetentes e irresponsabilizados pela tradição e deixamos que façam dele o
que quiserem. Depois organizamos manifestações para reclamar contra o que
fizeram!!!
É legítimo, mas devemos faze-lo
de forma justa e oportuna, sem desvirtuar a realidade.
É certo que estive ao lado desta
manifestação do povo português demasiado causticado por disparates
governativos. Mas distingo entre os deste governo que tenta recuperar Portugal
do atoleiro em que o “socialismo voluntarista” o meteu e os de anteriores governos socialistas. Mário Soares soube isso
e “meteu o socialismo na gaveta”, Guterres deu-se conta do atoleiro para o qual caminhávamos e foi-se embora,
mas Sócrates parece que apenas sabia que “o dever acima de tudo”. E com dívidas
imensas desbaratou, de forma irresponsável, o que era nosso e deixou-nos esta "camisa de onze varas" que parece não sermos capazes de despir. Podemos não ter gasolina para meter no carro, mas estamos no pódio dos países com melhores infra-estruturas rodoviárias, em todo o mundo!
A austeridade que vivemos não
pode fazer-nos esquecer quem a causou e é da mais natural justiça que os
responsáveis por ela sejam chamados a justificar os seus actos em vez de deixados
por aí, alguns até por nós pagos na Assembleia da República, a dar lições de
boa governação que não souberam fazer.
Bem prega Frei Tomás…
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