ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

É HORA DE ACABAR COM A IMPUNIDADE? OBVIAMENTE!



Obviamente, não podiam os socialistas deixar de ficar sentidos com a afirmação de ter acabado "o tempo da impunidade" feita pela ministra da Justiça, os quais, obviamente também, teriam de tecer as mais graves acusações e, até, pedir a sua demissão.
Não param os socialistas de apontar as manifestações cívicas dos portugueses como uma chamada de atenção que o governo deve considerar nas suas decisões. E nisso apenas posso dar-lhes toda a razão, assim como entender como boa a atitude do governo em as escutar. Mas nisto, como em todas as coisas, há que manter uma coerência que os socialistas não manifestam nesta sua atitude de “pedir a cabeça” da Ministra que, muito bem, considera que há que acabar com a impunidade, o que significa que a Justiça deve agir com a “cegueira” que lhe é própria, sem olhar a quem seja objecto da sua investigação ou punição, como lhe impõe a sociedade em nome da qual exerce a sua autoridade.
São inúmeras já as “petições” que percorrem a net, pedindo a “responsabilização civil e criminal para os políticos portugueses”, as quais, sem dúvida, se inspiram em factos que vamos conhecendo sobre possíveis “participações em negócio”, recebimento de “luvas”, cedências em contratos lesivos para o Estado Português e outros, às quais a afirmação da Ministra parece ser uma resposta.
A net tornou-se numa forma simples e rápida de comunicação, para a troca de ideias e até para convocatórias para manifestações que podem ser da dimensão das últimas que tiveram lugar, pelo que não são de desdenhar estas petições que, por certo terão a adesão de muitos cidadãos.
Compreendem-se facilmente as queixas socialistas, como se compreenderiam as de outros quaisquer se pelas mesmas razões, porque ninguém se queixa sem lhe doer. E são já diversas as lesões na massa socialista que devem doer bastante…
Mas não são de levar em conta porque mais importante é, sem dúvida, por um fim à impunidade de “crimes contra a sociedade” que os políticos possam cometer e não podem ser saldados num simples julgamento político, sejam simples manifestações, actos eleitorais ou outros que não os tribunais.
Acabem os julgamentos nas urnas que devem servir, sim, para enterrar a impunidade.

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