Francamente, pensei que, com este
governo que se propôs restaurar o país deixado em cacos por sucessivas
governações incompetentes, não havia lugar para joguinhos como este da RTP que
Relvas joga com uma leviandade enervante. Nem sequer entendo por que Relvas,
desprestigiado e sem autoridade política, continua a fazer parte do governo que,
aos poucos, se está a deixar arrastar para uma descredibilização que, no seu
todo, não me parece merecer!
Mas há um outro aspecto sobre o
qual prefiro reflectir hoje, ainda que ligado ao da RTP pela afirmação de não
ser o Estado tão capaz de fazer uma tão boa gestão como os privados conseguem fazer.
Não conheço razões que façam com
que, obrigatoriamente, seja assim. Mas conheço algumas razões que levam a que,
muitas vezes, o seja.
Uma razão importante é que a
Coisa Pública, sendo de todos, dificilmente permite a autoridade que é
indispensável nos diversos níveis das estruturas de gestão, talvez sendo por
isso que o povo diz que “o que é de todos não é de ninguém”.
Outra razão será a ambição que gera
invejas que geram procedimentos de intriga que o ambiente da função pública
favorece.
Finalmente, uma cultura de
irresponsabilidade bem transparente no dito corrente nos meios da função
pública de que “ninguém pode ser condenado por aquilo que não fez”.
Aliás, as tomadas de decisões na
função pública são, em muitos casos, caracteristicamente irresponsáveis como se
deduz no tradicional remate “mas V Exa superiormente decidirá”…
O temor da responsabilidade ou a
permissividade do que é pouco controlado geram atitudes de alheamento ou de
aproveitamento que, de um modo geral, na actividade privada séria não passam
sem consequências.
Seja como for, não são estas
razões para que, em vez de as eliminar e substituir por procedimentos
correctos, se aceitem como justificação para procedimentos que são, eles
próprios, a rejeição das responsabilidades que, também na gestão da coisa
pública, temos o dever de assumir.
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