ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

GOVERNO RECUA OU CAI?



Há quem preveja a queda do governo se não recuar nas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro e pelo ministro da finanças. Mas o chefe do governo afirma que não vai recuar!
Não sei se o governo irá cair como tanta gente deseja, uns porque será a via do regresso ao poder que erros cometidos ao longo de muitos anos lhe retiraram, outros porque outra função não têm além de ser do contra e outros, ainda, porque têm a esperança de que um novo governo seja capaz do milagre que lhes devolveria a vida descuidada que já tiveram e os deixou nas dificuldades em que se encontram.
Este é, infelizmente, o modo como a questão generalizadamente se coloca, embora ela seja bem outra.
Infelizmente, o governo não tem muito para onde recuar e, mais importante do que isso, não vejo como algum outro governo que o substitua poderá fazer muito diferente se quiser continuar a contar com o apoio externo que nos permite continuar a ter economia.
Que as soluções de mais austeridade apresentadas pelo governo são uma manifestação flagrante de incompetência, de desconhecimento da nova realidade que as circunstâncias nos impõem, é uma indesmentível verdade porque continuam a ser soluções de recurso as que adopta quando outras de planeamento seriam as que se esperariam após mais de um ano de governo e na sequência das promessas de uma rápida inversão do caminho descendente desta nossa economia destroçada por sucessivas leviandades de quem julgou ser rico sem o ser.
As razões para a austeridade imposta até agora eram aceitáveis, tal como os sacrifícios a que obriga eram suportáveis pela esperança que permitiam de um regresso a uma normalidade que, embora sem ser a da riqueza que julgámos ter, nos permitiria uma vida em que a satisfação das nossas necessidades esteja assegurada, sem os sobressaltos que o medo de mais dificuldades continuam a causar-nos.
Infelizmente, por tudo isto não vejo que melhor futuro poderemos ter com este ou com outro governo dos que a disputa política permita constituir.
Por isso defendo, com toda a força e urgência uma solução que passe pela competência, na qual, obviamente, não cabem “os do costume”, aqueles que, como cataventos, vão ajustando as suas opiniões a interesses bem distintos dos que são os de Portugal.

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