Há quem preveja a queda do
governo se não recuar nas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro e pelo
ministro da finanças. Mas o chefe do governo afirma que não vai recuar!
Não sei se o governo irá cair
como tanta gente deseja, uns porque será a via do regresso ao poder que erros
cometidos ao longo de muitos anos lhe retiraram, outros porque outra função não
têm além de ser do contra e outros, ainda, porque têm a esperança de que um
novo governo seja capaz do milagre que lhes devolveria a vida descuidada que já
tiveram e os deixou nas dificuldades em que se encontram.
Este é, infelizmente, o modo como
a questão generalizadamente se coloca, embora ela seja bem outra.
Infelizmente, o governo não tem
muito para onde recuar e, mais importante do que isso, não vejo como algum outro
governo que o substitua poderá fazer muito diferente se quiser continuar a
contar com o apoio externo que nos permite continuar a ter economia.
Que as soluções de mais
austeridade apresentadas pelo governo são uma manifestação flagrante de
incompetência, de desconhecimento da nova realidade que as circunstâncias nos
impõem, é uma indesmentível verdade porque continuam a ser soluções de recurso as
que adopta quando outras de planeamento seriam as que se esperariam após mais
de um ano de governo e na sequência das promessas de uma rápida inversão do
caminho descendente desta nossa economia destroçada por sucessivas leviandades
de quem julgou ser rico sem o ser.
As razões para a austeridade
imposta até agora eram aceitáveis, tal como os sacrifícios a que obriga eram
suportáveis pela esperança que permitiam de um regresso a uma normalidade que,
embora sem ser a da riqueza que julgámos ter, nos permitiria uma vida em que a
satisfação das nossas necessidades esteja assegurada, sem os sobressaltos que o
medo de mais dificuldades continuam a causar-nos.
Infelizmente, por tudo isto não
vejo que melhor futuro poderemos ter com este ou com outro governo dos que a
disputa política permita constituir.
Por isso defendo, com toda a
força e urgência uma solução que passe pela competência, na qual, obviamente,
não cabem “os do costume”, aqueles que, como cataventos, vão ajustando as suas
opiniões a interesses bem distintos dos que são os de Portugal.
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