Do governo às oposições, a classe
política tornou-se um circo. Uns fazem exercícios de forças combinadas, outros
fazem palhaçadas e, outros ainda, malabarismos. No fundo, fazem todos os “números”
com que esperam ter os aplausos do público que desejam conquistar.
Ter aplausos quando se decretam
mais medidas de austeridade, nem um optimista o espera, ainda menos quando elas
parecem não fazer grande sentido; ouvir discursos moralistas de quem é o grande
culpado pela austeridade que estamos a sofrer é, no mínimo, um insulto difícil
de suportar; fazer-se eco dos ais do descontentamento dos que mais sofrem a
austeridade e dizer que há alternativas para ela mesmo sem dizer quais são, é o
modo fácil de comandar um coro de protestos que se torna cada vez mais numeroso;
navegar nas águas da confusão para disfarçar os próprios erros é, também, a técnica
de alguns.
A verdade, porém, é que o governo
não parece muito confiante no que faz nem se mostra capaz de atingir as metas
com que se comprometeu. Deixou de ter um discurso coerente.
Pelo seu lado, o PS perdeu a vergonha quando diz
que o governo falha (a correcção dos erros que o seu anterior governo cometeu) e
o povo é que sofre, ignorando as reais causas desse sofrimento e as consequências de um acordo de resgate que
assinou com a Troika! Um pouco de consideração por todos nós exigiria que fosse discreto, para não dizer que a vergonha justificaria um pedido de desculpas.
O Bloco de Esquerda nunca consegue dizer
mais nem menos do que a mesma coisa e o PCP não consegue ser mais do que aquilo
que realmente é, os destroços de uma doutrina falida.
A CGTP limita-se ao discurso de
sempre, à afirmação de que existem políticas alternativas que não dizem quais
são e a UGT, sem colocar definitivamente em causa a Concertação Social, promete luta séria às medidas anunciadas.
Do sobe daqui, desce dali, estica
de acolá que são as medidas anunciadas pelo governo resulta uma trapalhada cujos resultados ninguém sabe
prever.
Não vale a pena fazer
contestações casuísticas das “medidas” que, a cada falhanço que acontece, são
tomadas na esperança de darem resultados que, afinal, nunca são alcançados.
Mas é para mim evidente que o governo, com as medidas que acaba de anunciar e não passam de uma demonstração de incapacidade, acaba de dar um forte tiro no próprio pé e um ainda maior no peito de todos nós.
Mas é para mim evidente que o governo, com as medidas que acaba de anunciar e não passam de uma demonstração de incapacidade, acaba de dar um forte tiro no próprio pé e um ainda maior no peito de todos nós.
Lamento, não por questões de
partidarismo, uma doença de que não sofro, mas pelos efeitos negativos que não
conseguirei deixar de sofrer, ter de reconhecer que o governo falhou no seu
propósito de tirar Portugal do buraco em que o meteram, entrando por um beco
sem saída.
O que me preocupa é saber que o
PS, a habitual alternativa, já deu, por diversas vezes, provas claras de não
conseguir fazer melhor!
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