Sou um dos afectados pelo não pagamento do subsídio de férias em Junho, como diz a lei. Mas entendo e aceito que, em tempo de emergência financeira, me seja pago em duodécimos para menos sobrecarregar um orçamento apertado por muitas responsabilidades a que irresponsabilidades excessivas obrigaram.
Como sempre e apesar de
lamentar ter de sofrer uma austeridade para cuja necessidade nem contribuí com
gastos que não pudesse suportar, tenho de aceitar a participação no esforço global
de recuperação desde que seja uma contribuição equitativa, que me não exija
mais do que a outros também exija.
Sem informação que me
permita ir mais além no julgamento e porque as pensões mais reduzidas por tal procedimento
não são abrangidas, terei de admitir que o pagamento fraccionado é imposto por
um rigor orçamental sem o qual outros pagamentos mais exigentes poderão ser
afectados. Por isso o aceito e não acredito que seja por esta razão que algo de
grave irá acontecer. Afinal, nesta altura, apenas metade do subsídio estará ainda
em causa porque estamos a meio do ano!
Bem mais preocupado fico
quando oiço um candidato a primeiro-ministro, líder de um partido que, como o
passado o mostra, não é muito cuidadoso nas contas que faz, desafiar o governo
a não arranjar desculpas para adiar o pagamento do subsídio de férias,
afirmando que "se há dinheiro
paguem os subsídios”.
É uma falta de noção de
rigor orçamental pasmosa, inadmissível num candidato a primeiro-ministro. Pior,
ainda, é que tanta gente bata palmas a este desafio que só realça a
inconsciência com que este país já foi governado e, também, escolhe os seus governantes.
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