ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

ESTE ESTRANHO MÊS DE JUNHO...

Ouvi ontem Marcelo Rebelo de Sousa dizer que, no encontro com os sindicatos dos professores, o Governo cedeu no que respeita ao horário de trabalho de 40 horas semanais e na questão da mobilidade. Mas não me lembro de ter ouvido o Governo ou os Sindicatos falar disso. Além disso, disse também Marcelo, disponibilizou-se o Governo para continuar as negociações.
No final de uma reunião que, apesar disso, foi inconclusiva, o Governo diz lamentar a irredutibilidade dos sindicatos e mandou que os professores se apresentassem nos exames, o que, pelos vistos, muito poucos terão feito. Os sindicatos, criticados publicamente pela sua atitude oportunista na marcação da data da greve, dão umas quantas explicações coxas que, nem sequer, precisariam de dar porque a Constituição diz que a greve é um direito seja pelo que for e quando for, para afirmarem que o Governo os chamou para uma reunião em que nada quis negociar!
Sendo assim, não compreendo por que razão o Governo não dá conta das cedências que faz, mas faz, e deseja continuar as negociações, e menos entendo que os sindicatos tenham comparecido na reunião em que se tentaria uma solução, se já era seu propósito manter a greve!
Bem sei que, nesta altura em que a demissão do Governo é reclamada por todos, já não é preciso nada para qualquer manifestação ou greve, para provocações e insultos, para seja o que for desde que seja contra o Governo! Mas que diabo, por que não são as coisas mais esclarecidas?
Agora temos os alunos a reclamar por não terem tido exame e os sindicatos a regozijar-se porque não houve exames já que a adesão foi, como dizem, de 90%.
Parece-me que entrámos na loucura que, ou eu estou muito enganado, ainda vai ser maior até ao final deste estranho mês de Junho em que a Guardia Civil espanhola teve de reforçar a segurança nas comemorações de um Dia de Portugal muito agitado, os professores fazem greve num dia de exames, o Governo não dá conta do que faz e todos andam muito contentes porque levaram a sua por diante, além de tudo o mais que se seguirá.
É a loucura!
E se, como diz o povo, “o bom julgador por si julga”, não vejo por qual razão o Governo insiste em não se demitir antes que as coisas piorem até atitudes que os agitadores prometem e poderão ser de lamentar profundamente, em vez de prosseguir numa tarefa em que nem o que faça é capaz de explicar. 
Eu já teria dado a outros a oportunidade de mostrarem como se governa este país restituindo aos cidadãos tudo quanto já lhes foi retirado, criando o milhão de empregos que querem ver repostos, baixando os impostos que estão em níveis muito elevados, enfim, mudando tudo para que voltemos àquela "vidinha de sonho" por que todos tanto anseiam.
Entendo que o Presidente da República não demita o Governo porque, sem alternativas sensatas ou seguras, ter-se-ia de confrontar, depois, com uma situação bem mais delicada do que a que se vive. Mas não entendo que o Governo, incapaz de justificar as suas atitudes, prefira os insultos à atitude democraticamente compreensível de não querer ser insultado!


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