Ouvi
ontem Marcelo Rebelo de Sousa dizer que, no encontro com os
sindicatos dos professores, o Governo cedeu no que respeita ao
horário de trabalho de 40 horas semanais e na questão da
mobilidade. Mas não me lembro de ter ouvido o Governo ou os
Sindicatos falar disso. Além disso, disse também Marcelo,
disponibilizou-se o Governo para continuar as negociações.
No
final de uma reunião que, apesar disso, foi inconclusiva, o Governo diz lamentar a
irredutibilidade dos sindicatos e mandou que os professores se
apresentassem nos exames, o que, pelos vistos, muito poucos terão
feito. Os sindicatos, criticados publicamente pela sua atitude
oportunista na marcação da data da greve, dão umas quantas
explicações coxas que, nem sequer, precisariam de dar porque a
Constituição diz que a greve é um direito seja pelo que for e
quando for, para afirmarem que o Governo os chamou para uma reunião
em que nada quis negociar!
Sendo
assim, não compreendo por que razão o Governo não dá conta das
cedências que faz, mas faz, e deseja continuar as negociações, e
menos entendo que os sindicatos tenham comparecido na reunião em que
se tentaria uma solução, se já era seu propósito manter a greve!
Bem
sei que, nesta altura em que a demissão do Governo é reclamada por
todos, já não é preciso nada para qualquer manifestação ou
greve, para provocações e insultos, para seja o que for desde que
seja contra o Governo! Mas que diabo, por que não são as coisas
mais esclarecidas?
Agora
temos os alunos a reclamar por não terem tido exame e os sindicatos
a regozijar-se porque não houve exames já que a adesão foi, como
dizem, de 90%.
Parece-me
que entrámos na loucura que, ou eu estou muito enganado, ainda vai
ser maior até ao final deste estranho mês de Junho em que a Guardia
Civil espanhola teve de reforçar a segurança nas comemorações de
um Dia de Portugal muito agitado, os professores fazem greve num dia
de exames, o Governo não dá conta do que faz e todos andam muito
contentes porque levaram a sua por diante, além de tudo o mais que
se seguirá.
É
a loucura!
E
se, como diz o povo, “o bom julgador por si julga”, não vejo por
qual razão o Governo insiste em não se demitir antes que as coisas
piorem até atitudes que os agitadores prometem e poderão ser de
lamentar profundamente, em vez de prosseguir numa tarefa em que nem o
que faça é capaz de explicar.
Eu já teria dado a outros a oportunidade de mostrarem como se governa este país restituindo aos cidadãos tudo quanto já lhes foi retirado, criando o milhão de empregos que querem ver repostos, baixando os impostos que estão em níveis muito elevados, enfim, mudando tudo para que voltemos àquela "vidinha de sonho" por que todos tanto anseiam.
Eu já teria dado a outros a oportunidade de mostrarem como se governa este país restituindo aos cidadãos tudo quanto já lhes foi retirado, criando o milhão de empregos que querem ver repostos, baixando os impostos que estão em níveis muito elevados, enfim, mudando tudo para que voltemos àquela "vidinha de sonho" por que todos tanto anseiam.
Entendo
que o Presidente da República não demita o Governo porque, sem
alternativas sensatas ou seguras, ter-se-ia de confrontar, depois, com uma
situação bem mais delicada do que a que se vive. Mas não entendo que o Governo, incapaz de justificar as suas atitudes,
prefira os insultos à atitude democraticamente compreensível de não
querer ser insultado!
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