ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 18 de junho de 2013

PROFESSORES, GREVE OU PREPOTÊNCIA?


Não podem restar dúvidas de que o conceito de greve está pervertido. Aquilo que foi concebido como uma arma dos trabalhadores para enfrentar a prepotência de patrões exploradores, forçando-os a preferir negociar aos prejuízos que a greve lhes causaria, tornou-se num “direito” que é utilizado de um modo indiscriminado, de tal modo que ouvi, ontem, uma sindicalista dizer que quem manda no país são os trabalhadores! Esta afirmação coloca na força e não no saber e na inteligência a capacidade de mandar. Obviamente que sim que a força pode conquistar o poder, mas não possui a capacidade de gerir um país onde os problemas de cada sindicato são os seus problemas confinados numa realidade que está longe de ser a do país. Neste caso, o país está a braços com a ruína financeira que o excesso de despesa lhe causou e corre, por isso, graves riscos de sobrevivência que, em meu juízo, se sobrepõem aos que são as queixas dos professores que se tornaram excessivos para o número de alunos que temos, constituindo uma parte do problema com que todos nós nos debatemos e, mesmo que dolorosamente, teremos de resolver. Ou não…
Não posso deixar de reconhecer que foram gerações de políticos incapazes quem não soube prever os problemas que vinham a caminho, como o deveriam ter feito. Um disparate que não pode ser resolvido com outro ainda maior que é manter as condições que originaram esta situação que se tornou insustentável.
Mas voltando às greves dos professores, terei de reconhecer não existirem nelas os pressupostos que as legitimariam como tal, ficando-se pela legitimidade que a Constituição lhes confere quando concede aos trabalhadores o livre arbítrio para as fazerem ou não, nas condições que entenderem e quando o desejarem.
Quiseram faze-la no dia da realização de um exame já calendarizado e não o fizeram por distracção! E condimentam-na com as greves sucessivas ás avaliações que fazem do modo mais artificioso que se pode imaginar. Em qualquer caso, os prejudicados são os alunos que, obviamente, não são parte nas negociações em que os sindicatos dizem que o Governo não se dispôs a negociar. Ou terá acontecido exactamente o contrário, como cada vez a todos parece mais claro?

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