ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 11 de junho de 2013

RAZÃO OU PROVOCAÇÃO?


Raramente um governo se revela tão pouco hábil como este é para fazer compreender o que faz.
Quase se limita à persistência com que leva por diante os seus projectos, o que, perante os sacrifícios que as decisões que toma provocam, transforma num castigo inaceitável o que necessário seria que fosse compreensão e gerasse força para lutar contra a adversidade, em vez das manifestações insultuosas que a desarmonia política provoca.
Esta tem sido a crítica mais certa que lhe tenho ouvido fazer, mesmo se, em alguns aspectos, também encontre razões para discordar do que decide.
Foi exageradamente frio em certas medidas que tomou e nem sempre o seu sentido de justiça foi igual ao meu e ao de muita gente que, tal como eu, assim o julgou.
Também errou em algumas oportunidades, como o ministro das finanças já o reconheceu, o que, conforme outro reparo que frequentemente lhe é feito, denuncia falta de tacto político e de sensibilidade social. Mas isto é o que acontece quando são as “finanças” e não os objectivos que, por elas, deviam ser alcançados, quem comanda o planeamento das acções. A excepcional predominância das finanças faz perder o sentido da oportunidade de acções administrativas e sociais.
Quando assim acontece, não é fácil levar por diante um projecto de recuperação que implica a renúncia ao impossível de suportar, a tudo quanto as possibilidades do país não consintam.
Disso tiram proveito os que nas carências de muitos encontram o campo fértil para que os seus discursos de decadência possam ecoar como razões fortes para atacar o Governo, exigir a sua demissão sem cuidar de alternativas válidas para além de retóricas que não encontram qualquer suporte na realidade.
E como é natural acontecer em casos tais, é a gritaria, são os insultos, a agressividade e as palavras de ordem atordoantes que ocupam o lugar da razão que a procura de soluções exige.
Lamento que pessoas que deveriam ter mais respeito por si próprias, para além do respeito pela sociedade que já, alguma vez, lhes manifestou confiança, juntem a sua voz à daqueles que fazem da bagunça a solução, não para o país mas para os seus interesses políticos e pessoais.

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