Os motivos de preocupação
quanto ao futuro de todos e de cada um de nós é maior a cada hora que passa,
porque não é fácil, no meio de tamanha confusão, entender o que realmente se
passa, o que duvido alguém consiga saber.
Atarantado é como eu vejo
toda a gente que se arrisca a entender seja o que for que se passe neste país
ou no mundo onde cada vez mais acontecem coisas que nem ao diabo lembrariam.
A economia é, já se não
podem ter dúvidas, um moribundo em quem já não resultam as técnicas de
reanimação e só as máquinas de suporte de vida vão dando a ilusão de, alguma
vez, poder ser recuperada nas condições em que vivia.
Por isso, a algazarra com
que alguns tentam resolver o irresolúvel vai sendo cada vez mais estridente,
vai tomando o aspecto de uma bebedeira colectiva que levante todos contra o
inimigo comum que Mário Soares e Seguro elegeram, mas não contra a estupidez
que nos fez chegar a esta situação desgraçada.
É desgostante pertencer a
um país a que pertence, também, quem não vê para além da ponta do seu nariz e,
na sua prosápia empertigada, na sua verborreia irrealista se julga o melhor de
todos, o tal que, em terra de cegos se julga rei!
Infelizmente, não foi
capaz gente nova de fazer muito melhor do que outros que, antes deles, estavam
longe da realidade e se convenciam de que tinham descoberto a pólvora numa
democracia que, só por si, resolvia tudo. Mas não é assim porque a democracia
é, apenas, o que nós fizermos dela, um conjunto de regras que à realidade em
constante mudança se devem ajustar para que continuem a fazer sentido. Mas se
não mudaram…
Quando eu era miúdo havia
poucas doenças que uma dor aqui ou ali definiam. Como uma dor de barriga, por
exemplo, que tantas vezes era mortal! Hoje a dor de barriga pode resultar de
muita coisa e cada uma se trata, ou tenta tratar, de um modo próprio, para que
seja eficaz.
Então, como podemos ter a
pretensão se tratar as doenças da economia de hoje com as mezinhas de outrora?
O tempo dos prestimosos João Semana acabaram e Mário Soares deveria sabe-lo.
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