ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 8 de junho de 2013

O PECADO ORIGINAL E A REFORMA ESTRUTURAL



O erro (…) é que pensei que se poderia dar prioridade à consolidação orçamental e à estabilização financeira sem uma transformação estrutural profunda das administrações públicas”.
Foi assim que Vitor Gaspar, fazendo “mea culpa” definiu o que disse ser o seu maior erro desde que tem a responsabilidade das finanças do país.
Admitir, também, que é errando que se aprende, o que não acontece sem fazer, mesmo que não seja uma descoberta que mereça um “eureka”, é um passo importante na vida dos que, criticando-se, o conseguem dar.
Todos os que o vêm criticando ao longo de quase sempre, também não conseguiram propor melhor, porque não fica por aqui o erro cometido por Vitor Gaspar se, porventura, a reforma estrutural é a que está a ser feita.
É verdade que a “crise” que o mundo vive não tem quaisquer semelhanças com outras que já viveu, como o demonstram tantas teorias falhadas de economistas famosos que a realidade não levou muito tempo a desmentir.
Apesar de tudo, já foi Gaspar falando de “um novo paradigma” que, infelizmente, as suas palavras me não revelaram, o que me leva a crer que não será tão novo como o deveria ser.
A verdade é que a eficiência do que se faça não pode ser avaliada se não em função dos objectivos que levaram a fazer, pelo é em função deles que a melhor rota a seguir pode ser traçada.
Neste avançado do tempo que já faz ser passado o famosíssimo Século XX, já se não parte à aventura, já não há quem se embrenhe numa selva densa e desconhecida pela emoção que o desconhecido lhe passa proporcionar, pela surpresa do local desconhecido onde possa ir parar. São demasiados os riscos de proceder assim, como sabemos pelos muitos que perderam a vida em ilusões como estas.
Está a faltar o que talvez possa chamar de "lógica maquiavélica" que, afinal, o bom senso já definiu há muito. Defina-se o objectivo que o caminho será encontrado.
Mas se tivesse começado pela reforma estrutural que, hoje, Gaspar reconhece deveria ter sido o começo da recuperação de Portugal, porventura diria agora “pensei que poderia fazer uma reforma estrutural sem, antes, definir socialmente o seu objectivo”. Mais um erro, mais uma aprendizagem.
Um dia haveremos de compreender que o objectivo nunca poderá ser continuar a viver como antes se vivia!
Este tem sido o tema de dezenas de textos que escrevi ao longo de anos e já a mim próprio me enfada ter de a ele voltar mesmo quando as circunstâncias me levam a retomá-lo.

1 comentário:

  1. Acho que esta vez o Ministro das finanças reconhece erros cometidos, espero que continue a faze-lo sempre que os comente.

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