“O erro (…) é que pensei que se
poderia dar prioridade à consolidação orçamental e à estabilização financeira
sem uma transformação estrutural profunda das administrações públicas”.
Foi assim que Vitor
Gaspar, fazendo “mea culpa” definiu o que disse ser o seu maior erro desde que
tem a responsabilidade das finanças do país.
Admitir, também, que é errando
que se aprende, o que não acontece sem fazer, mesmo que não seja uma
descoberta que mereça um “eureka”, é um passo importante na vida dos que,
criticando-se, o conseguem dar.
Todos os que o vêm
criticando ao longo de quase sempre, também não conseguiram propor melhor,
porque não fica por aqui o erro cometido por Vitor Gaspar se, porventura, a
reforma estrutural é a que está a ser feita.
É verdade que a “crise”
que o mundo vive não tem quaisquer semelhanças com outras que já viveu, como o
demonstram tantas teorias falhadas de economistas famosos que a realidade não
levou muito tempo a desmentir.
Apesar de tudo, já foi
Gaspar falando de “um novo paradigma” que, infelizmente, as suas palavras me não
revelaram, o que me leva a crer que não será tão novo como o deveria ser.
A verdade é que a
eficiência do que se faça não pode ser avaliada se não em função dos objectivos
que levaram a fazer, pelo é em função deles que a melhor rota a seguir pode ser
traçada.
Neste avançado do tempo
que já faz ser passado o famosíssimo Século XX, já se não parte à aventura, já
não há quem se embrenhe numa selva densa e desconhecida pela emoção que o
desconhecido lhe passa proporcionar, pela surpresa do local desconhecido onde possa ir parar. São
demasiados os riscos de proceder assim, como sabemos pelos muitos que perderam
a vida em ilusões como estas.
Está a faltar o que talvez
possa chamar de "lógica maquiavélica" que, afinal, o bom senso já definiu há
muito. Defina-se o objectivo que o caminho será encontrado.
Mas se tivesse começado
pela reforma estrutural que, hoje, Gaspar reconhece deveria ter sido o começo
da recuperação de Portugal, porventura diria agora “pensei que poderia fazer uma
reforma estrutural sem, antes, definir socialmente o seu objectivo”. Mais
um erro, mais uma aprendizagem.
Um dia haveremos de
compreender que o objectivo nunca poderá ser continuar a viver como antes se
vivia!
Este tem sido o tema de
dezenas de textos que escrevi ao longo de anos e já a mim próprio me enfada ter
de a ele voltar mesmo quando as circunstâncias me levam a retomá-lo.
Acho que esta vez o Ministro das finanças reconhece erros cometidos, espero que continue a faze-lo sempre que os comente.
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