Prestei atenção ao que,
numa entrevista ao Expresso, disse o ex-Presidente da república Ramalho Eanes e
notei uma profundíssima diferença entre o que ele, ponderadamente, afirma e os
incitamentos, quase histéricos, implícitos no discurso recente de Soares que
clama pela demissão imediata do governo.
Fico-me por aqui na
comparação que poderia fazer entre estas duas personalidades, das quais,
curiosamente, o “socialista” é Soares!
Obviamente, ninguém poderá
sentir-se bem neste estado que as desequilibradas finanças públicas e privadas
do país nos obrigam a viver, mas este facto do qual não se poderá culpar o
actual governo é uma realidade a que urge dar um fim. Tem sido dolorosa a
solução que, como sempre sucede, poderia ter sido melhor. Mas numa “crise”
diferente das do passado, para a qual a “ciência económica” ainda não encontrou
solução, não serão de estranhar hesitações e erros de previsão como acontece,
aliás, por esse mundo fora.
Até em França, onde o
ídolo de Seguro governa, acontece o mesmo, erros de previsão e recessão que não
estavam nos seus cálculos.
Mais doloroso seria
desperdiçar os sacrifícios já feitos em nome de falsas alternativas baseadas em
mudanças significativas de um cenário exterior global que não mudará
facilmente, o que Soares não consegue ver e Seguro finge não ver porque tal não
convém às suas ambições de poder.
Por sua vez, Eanes perfilha
a que tem sido a minha exigência de sempre, um esforço regrado pela justiça e
pela equidade.
Completamente distintas as
posições de dois ex-Presidentes da República que, por certo, se não regem pelos
mesmos princípios morais e sociais. E o “socialista” é Soares…
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