Não é fácil parar para
pensar quando a vida fica complicada. Discute-se, diz-se mal, põe-se a culpa
neste ou naquele. Em todos até, menos em quem promete o céu que não pode dar. Quando
quase tudo falta, simplesmente acredita-se em quem promete que dá, esquecendo
as lições da História que falam das mentiras que as promessas eleitorais acabem
por ser.
A impaciência vai-se
tornando o que comanda o que se diz, o que se faz e os comportamentos. E
não nos estamos a comportar muito bem. De tal modo que a mais antiga nação da
Europa dá de si uma imagem de baixo nível cívico que não é costume ser o seu, em
atitudes que são tomadas e em insultos grosseiros que jamais serão alternativa
às ideias e à cooperação que a situação de carência reclamaria.
Falta cooperação e
discernimento, empenhamento e até a paixão sem a qual os grandes feitos não
acontecem.
Decerto por isso, há muito
que se diz que “casa onde não há pão, todos ralham…” e ninguém terá a razão que
em sonantes frases feitas se apregoam.
Sobre este mês de Junho
que costuma ser divertido, tempo da sardinha assada, dos desfiles na Avenida, do
alho porro e de saltar a fogueira, o tempo de louvar a Pátria e de prestar a
homenagem merecida aos que, em seu nome, cometeram grandes feitos, parece quererem pairar outras nuvens, soprar outros ventos que podem estragar a festa.
É, pelo menos, isto o que os seus promotores desejam ao jogar uma cartada de
tudo ou nada cujos efeitos podem ser nulos ou nefastos se, uma vez mais,
prevalecer a atitude estúpida, tão recorrente entre nós, de deitar abaixo para fazer
de novo!
Neste Dia de Portugal, de
Camões e das Comunidades Portuguesas, não são claras as nuvens que pairam sobre
este velho país onde violentas cheias podem acontecer, maiores do que as que a
chuva provoca na Europa Central, onde a vida parece não correr lá muito bem.
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