ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 9 de junho de 2013

TEMPESTADES DE JUNHO



Não é fácil parar para pensar quando a vida fica complicada. Discute-se, diz-se mal, põe-se a culpa neste ou naquele. Em todos até, menos em quem promete o céu que não pode dar. Quando quase tudo falta, simplesmente acredita-se em quem promete que dá, esquecendo as lições da História que falam das mentiras que as promessas eleitorais acabem por ser.
A impaciência vai-se tornando o que comanda o que se diz, o que se faz e os comportamentos. E não nos estamos a comportar muito bem. De tal modo que a mais antiga nação da Europa dá de si uma imagem de baixo nível cívico que não é costume ser o seu, em atitudes que são tomadas e em insultos grosseiros que jamais serão alternativa às ideias e à cooperação que a situação de carência reclamaria.
Falta cooperação e discernimento, empenhamento e até a paixão sem a qual os grandes feitos não acontecem.
Decerto por isso, há muito que se diz que “casa onde não há pão, todos ralham…” e ninguém terá a razão que em sonantes frases feitas se apregoam.
Sobre este mês de Junho que costuma ser divertido, tempo da sardinha assada, dos desfiles na Avenida, do alho porro e de saltar a fogueira, o tempo de louvar a Pátria e de prestar a homenagem merecida aos que, em seu nome, cometeram grandes feitos, parece quererem pairar outras nuvens, soprar outros ventos que podem estragar a festa. É, pelo menos, isto o que os seus promotores desejam ao jogar uma cartada de tudo ou nada cujos efeitos podem ser nulos ou nefastos se, uma vez mais, prevalecer a atitude estúpida, tão recorrente entre nós, de deitar abaixo para fazer de novo!
Neste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, não são claras as nuvens que pairam sobre este velho país onde violentas cheias podem acontecer, maiores do que as que a chuva provoca na Europa Central, onde a vida parece não correr lá muito bem.

Sem comentários:

Enviar um comentário