A ironia é uma forma de expressão nem sempre muito acessível, pelo que, não raramente, é mal interpretada. Antes de mais é necessário detectá-la e, depois, compreender o que, com ela, quem a usou quis dizer.
Não estranhei que, perante
o sucesso que o Sporting parece ter já alcançado depois de uma situação de
ruptura financeira total a que chegou, alguém perguntasse, um dia, ao
Presidente do Sporting o que acha que deveria ser feito para resolver idêntica
situação que o país atravessa e está a originar esta série de disparates e de
desencontros que são, precisamente, aquilo de que Portugal menos necessita para
resolver os seus problemas.
Com evidente ironia,
própria de um dirigente desportivo que, apesar disso, entende bem demais o que
se passa na política do seu país, Bruno de Carvalho respondeu que era simples,
tirava-se da bandeira o vermelho, ficava apenas o verde e aplicava a mesma
receita que aplicou no Sporting! E Portugal voltaria a ser nosso.
O que a algumas pessoas
pode ter parecido quase uma heresia, parece-me a mim uma resposta sensata e
simples que corresponde, na realidade àquilo de que o país precisa.
Quando é mais do que necessário
que todos puxem para o mesmo lado, que todos tenham o mesmo objectivo que é
colocar os interesses do país acima de todos os mais, as “cores” sobejam e uma
forte esperança é necessária para que as coisas corram bem e os objectivos se
atinjam.
Isto significa um ideal
apenas, o de salvar Portugal, conduzindo-o pelo caminho da esperança e do sucesso,
um comando forte que o não deixe afastar-se da sua rota. Assim, numa imagem do
país que pode ser a sua actual bandeira, se alguma cor está a mais é a vermelha
porque a esperança se não poderá, jamais, perder!
Curiosamente, é o verde
que é, também, a cor do seu Sporting que bem poderia servir de modelo ao que em
Portugal deveria ser feito para sair dos tormentos de que padece.
Não vale a pena dizer mais
nada sobre uma resposta que, apesar de não ser, como acontece na ironia, o que mais
parece que é, não carecerá, contudo, de uma imaginação muito fértil para ser
bem interpretada.
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