ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A IRONIA E A IMAGINAÇÃO


A ironia é uma forma de expressão nem sempre muito acessível, pelo que, não raramente, é mal interpretada. Antes de mais é necessário detectá-la e, depois, compreender o que, com ela, quem a usou quis dizer.
Não estranhei que, perante o sucesso que o Sporting parece ter já alcançado depois de uma situação de ruptura financeira total a que chegou, alguém perguntasse, um dia, ao Presidente do Sporting o que acha que deveria ser feito para resolver idêntica situação que o país atravessa e está a originar esta série de disparates e de desencontros que são, precisamente, aquilo de que Portugal menos necessita para resolver os seus problemas.
Com evidente ironia, própria de um dirigente desportivo que, apesar disso, entende bem demais o que se passa na política do seu país, Bruno de Carvalho respondeu que era simples, tirava-se da bandeira o vermelho, ficava apenas o verde e aplicava a mesma receita que aplicou no Sporting! E Portugal voltaria a ser nosso.
O que a algumas pessoas pode ter parecido quase uma heresia, parece-me a mim uma resposta sensata e simples que corresponde, na realidade àquilo de que o país precisa.
Quando é mais do que necessário que todos puxem para o mesmo lado, que todos tenham o mesmo objectivo que é colocar os interesses do país acima de todos os mais, as “cores” sobejam e uma forte esperança é necessária para que as coisas corram bem e os objectivos se atinjam.
Isto significa um ideal apenas, o de salvar Portugal, conduzindo-o pelo caminho da esperança e do sucesso, um comando forte que o não deixe afastar-se da sua rota. Assim, numa imagem do país que pode ser a sua actual bandeira, se alguma cor está a mais é a vermelha porque a esperança se não poderá, jamais, perder!
Curiosamente, é o verde que é, também, a cor do seu Sporting que bem poderia servir de modelo ao que em Portugal deveria ser feito para sair dos tormentos de que padece.
Não vale a pena dizer mais nada sobre uma resposta que, apesar de não ser, como acontece na ironia, o que mais parece que é, não carecerá, contudo, de uma imaginação muito fértil para ser bem interpretada. 

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