Depois daquelas notícias preocupantes de Reitores de Universidades que cortam relações com o Governo, um inesperado e incompreensível desentendimento entre o Saber e a Realidade, foi com uma agradável “estranheza” que ouvi hoje, na rádio, o Reitor da Universidade do Porto dizer, com uma noção perfeitamente clara da situação que vivemos, que é dever da Universidade, como de todos nós, transformar as dificuldades em oportunidades para, com menos, passarmos a fazer melhor, apelando às nossas capacidades ainda não aproveitadas.
Quando já me apetecia
desistir de me preocupar com o futuro negro que, tudo o faz crer, é quase
impossível de evitar, surge alguém esclarecido que, em vez de reclamar, diz as
palavras mais sábias que, nestas condições, se podem dizer.
Tem o Reitor da
Universidade do Porto, personagem que não tenho o gosto de conhecer, uma
perfeita noção do que seja a própria “universidade”, uma instituição que emerge
da sociedade em que se insere para criar e salvaguardar o saber de que
necessita para construir o seu futuro. Tem a noção de como é necessário um
sobre esforço para conter os danos que a austeridade imposta pelas
circunstâncias acaba sempre por causar.
Estou a falar de alguém de
saber, com certeza. Não de quem encontra nas dificuldades a razão para
protestar pelo que pelo seu esforço não alcança e, por isso, entende ser dever
de outros proporcionar-lho.
Aceite os meus respeitosos cumprimentos, Sr Reitor!
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