ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A SEITA DO BOTA ABAIXO!


Todas as notícias que vejo me dizem que não houve, naquele encontro que Soares promoveu, mais do que um objectivo “revolucionário”, apelos à demissão destes e daqueles, mas, sobretudo, do Presidente da República! Enfim, o apelo a uma bagunça que nos faz recordar os tempos conturbados de outrora que uma ditadura acalmou.  É pena se for este o caminho!
Fixei especialmente esta frase que, aliás, já não é nova no discurso anquilosado de quem devia já ter-se afastado da política: “É por isso que digo o Presidente e o Governo devem demitir-se, enquanto podem ainda ir para suas casas pelo seu pé. Caso contrário, serão responsáveis pela onda de violência que também os atingirá”.
Se isto não é um incitamento à violência, um apelo a atitudes de amedrontamento e, mesmo, de agressão, nem imagino o que seja! Apenas me parece violência gratuita, pois não me dou conta de alguém, dentre os que falaram, ter feito uma reflexão séria do estado do país e das reais causas de tal que dessem sentido àquele “por isso” de que Soares parte para pedir as demissões que tanto deseja. Tira conclusões a partir de aparências, de greves e de manifestações, de chavões corriqueiros e de lugares comuns para concluir sobre os males que o Governo e o Presidente da República estarão a fazer ao país. É, francamente, muito pouco.
Não considero isto uma atitude séria mas simplesmente de agitação, de apelo à confusão que é tudo de quanto este país não precisa se quiser manter-se à tona de água até encontrar o seu caminho. Cooperação e discussão séria é do que Portugal necessita.
E agora direi eu a Mário Soares que, antes que faça pior a este país que, pelos tormentos que sofre, sobretudo o da desilusão de não ser rico como lho fizeram crer, pode perder facilmente a cabeça e ceder aos seus apelos de violência, que se vá embora!
Não sou um grande admirador deste PR que sempre me pareceu um político de fraca sensibilidade política e social, mas terei de apoiá-lo no seu esforço de não deixar que o país resvale para una situação pior como seria a de voltar aos disparates que quase o perderam. Nem sequer me parece que o Governo de Passos Coelho tenha feito ou faça, da melhor forma, o que era inevitável fazer para não perder completamente o país.
Mas, pior do que tudo isto, é sentir que qualquer das oposições e, mais agora, este movimento do bota abaixo que Soares dirige, não sejam alternativas de que o país carece. Pelo contrário, representam tudo o que Portugal não deve fazer num momento tão delicado como o que vive.
Lamento que os que deveriam ser os “homens bons” e sensatos deste país não passem, afinal, dos arreeiros que o querem por a ferro e fogo.
Terão aprendido isso na democracia, o tal regime que dizem ter soluções para tudo? A violência entra nessas soluções?
E para terminar, não posso deixar de citar este pedaço de nada que muito fez aplaudir Pacheco Pereira "Os que aqui estão a defender coisa nehuma...", que diz bem da falta de ideias alternativas que possam garantir o futuro do país. Não defender coisa nenhuma é bem a prova da falta de ideias dos que nada mais desejam do que simplesmente mudar para terem lugar na cena.
Depois de tudo isto, é Vasco Lourenço, capitão de Abril que, entusiasmado, faz um resumo preciso de tudo o que se passou, dizendo que governo pode ser "corrido à paulada". Ideias, cooperação e discussão para que, se podemos recorrer â força?
Como diz o povo sabedor, não vai o sapateiro além da chinela! E cada sapateiro tem a sua...   

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