ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

E O PAPA FRANCISCO APELOU À VIOLÊNCIA? QUE IDEIA!


Depois de me parecer impróprio aquele discurso de Soares na Aula Magna que, tal como eu penso e muita outra boa gente pensa também, foi de uma inoportunidade inusitada e perigosa, vejo agora o ex-Presidente chamar o Papa Francisco em sua ajuda. Afinal, o Papa apelara, ele também, à violência!
Afinal, ele, Soares, até antecedeu em dois dias o que disse o Papa da pobreza e da humildade, quando chama a atenção do mundo para as desigualdades, excessivas e injustas, que este estilo de economia cria e poderá, um dia, originar o levantamento dos que são afastados do seu quinhão dos bens deste mundo, exigindo a sua parte, também!
É este um discurso comum e antigo na Igreja Católica que apenas pode surpreender quem nunca antes dele se tenha apercebido. Os agnósticos, por exemplo, aqueles que não sabem que a medida do que se dá está no que ainda fica! E se for muito… Mas adiante.
Não se dão conta das diferenças que existem, das circunstâncias em que é feito o discurso, da oportunidade e da forma que nada tem a ver com o pedido de derrube de um governo qualquer mas com um modelo de vida que divide os humanos entre ricos e Terceiro Mundo? Tal como nada tem a ver com o ajustamento à realidade que Portugal, queira-se ou não, terá de fazer!
Francisco falou de um modelo de vida, precisamente aquele que nos levou às dificuldades que sentimos e não ao que fazemos para as corrigir.
Eu próprio poderia dizer que há anos que escrevi sobre este assunto, do que poderia acontecer de violento num mundo que vive de forma em que as desigualdades se acentuam sucessivamente (e não posso mentir porque está escrito e publicado) e não faço das palavras de Francisco a ratificação do que, então pensei, e muito menos me vanglorio da antecipação.
Eu continuo a pensar que Soares foi insensato e que as suas palavras foram indignas de um ex-Presidente da Republica Portuguesa que deveria apelar a uma cooperação que até já havia desaconselhado, deveria exortar os portugueses ao trabalho enorme de reerguer o país e jamais apelar a uma atitude que, a acontecer, terá consequências demasiado dolorosas e imprevisíveis. Para as quais não alertou, talvez porque nem delas se lembrou.
Enfim, vivemos num mundo onde os irresponsáveis já são demais, mas que não saíra desta “crise” em que vive sem o bom senso e a cooperação que a sua superação carece. E não foi a nada disto que o discurso de Soares apelou, ao contrário do papa Francisco. 

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