Portugal terá saído, de novo, do Clube da Bancarrota! Assim o rezam as notícias que colocam o nosso país fora do conjunto daqueles com risco de incumprimento financeiro nos próximos cinco anos.
É um clube que Portugal
conhece bem e do qual, a menos estas entradas por saídas, parece ser membro
vitalício desde que Sócrates lá nos inscreveu. É isso, estou a falar daquele
Sócrates que, coitado, não entende por que nos irritamos com ele que é o líder
desejado pelas direitas, mas não é, e começou a campanha para afastar Seguro das
suas esperanças de maiores voos.
Foi o “próspero” El
Salvador, um daqueles países a que é hábito chamar das bananas, quem, desta
vez, nos pôs de lá para fora. E até a Grécia se aproximou da porta da saída!
Mas Bruxelas duvida da
fartura porque não acredita na sustentabilidade do crescimento do PIB português
nem na baixa do desemprego continuada de que o nosso Governo faz alarde. Mesmo
assim, quem sabe se por uma questão de cortesia, aceita registar, num relatório,
que o PIB português crescerá 0,8% no próximo ano, depois de já havermos saído
da recessão técnica.
Obviamente que tudo isto
são as incertezas das certezas que gostaríamos de ter, por critérios que
facilmente se aplicam à maioria da Europa onde nem a França, a segunda maior
economia do Euro, escapa à incerteza, ou certeza de não conseguir cumprir a
meta de um défice inferior a 3% até 2015. É outra notícia do dia que dá conta
da cada vez maior impopularidade do Hollande que já foi, um dia, o ídolo de
Seguro e a tábua de salvação do socialismo europeu.
E assim, de certeza a
incerteza, vamos julgando sair da crise em que, em vez disso, afinal nos afundamos,
como me parece natural que suceda até que se encarem os problemas como, de
facto, são. Problemas culturais muito graves de uma Humanidade que não consegue
compreender o seu lugar no mundo.
Mas há, no meio de tudo
isto, coisas que me confundem.
Por que será que não
permitem aos Estados Unidos ou ao Japão, países com dívidas públicas monstruosas
cujos limites constantemente dilatam, pertencer ao distinto clube de onde nos escorraçaram?
Até lhes forravam as
paredes com os dólares e iens que fabricam aos milhares de milhões em cada dia…
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