ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

O MAIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER


São cada vez mais sensíveis as consequências das alterações climáticas que o excesso de gases de estufa lançados na atmosfera torna demasiadamente rápidas.
Os fenómenos naturais mais agrestes tendem a crescer nos seus máximos e na sua frequência, como o comprovam as excessivas e violentas ondas de calor, a força de tufões e tornados, as precipitações intensas, as cheias e as secas, entre outros.
Há mais de vinte anos que clama o mundo por uma atenção especial sobre este assunto do tempo e até fomos levados a pensar que a tão propalada Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro, iria, finalmente, abrir os olhos dos líderes mais poderosos da Humanidade para os sérios riscos que corremos.
Depois de tantos encontros e chamadas de atenção, não parece ser desta vez ainda, na Polónia, a oportunidade para tomar as decisões drásticas que a situação reclama. E não são tomadas por uma simples razão, aquela da qual ninguém deseja ouvir falar, a absoluta necessidade de parar com tudo o que acelera as mudanças climáticas que estão a mudar o mundo. Tal significaria dar razão aos que desde há mais de quarenta anos chamam a atenção para os limites do crescimento económico e fazem avisos sérios sobre as consequências de os não respeitar.
Nada mostra, pela análise que se faça agora, que estivessem errados os que, então, chamaram a atenção para tão importante assunto. Pelo contrário, tudo aponta para que a razão sempre esteve do seu lado e, por isso, se agravaram as suas preocupações quanto às consequências dos excessos a que a necessidade constante de crescimento da economia dá lugar.
Quem estará disposto a abrandar voluntariamente um crescimento que as condições naturais já travam por si, ou quem conseguirá fazer entender a tão ambiciosos seres que nada fará regredir o tempo que passou e os efeitos dos erros cometidos?
A redução drástica da floresta húmida e a poluição intensiva dos oceanos diminui a sua capacidade de absorção de dióxido de carbono, tornando excessivo o que se acumula na atmosfera, o que vai tornando mais acelerado, ainda, este fenómeno de alterações que coloca em perigo a própria Humanidade, cega pela ganância dos que sempre querem mais e adormecida pela passividade dos que, habituados aos seus calvários, aceitam a dureza da vida que levam. 

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