ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 24 de novembro de 2013

FUMAR É UM DIREITO?


Muito tenho lido ultimamente sobre esta questão do tabagismo, uma dependência execrável e ridícula de que fui vítima durante muitos anos.
Agora, depois de já passados bastantes anos sem fumar, por vezes dou comigo a aperceber-me, pela figura que outros fazem, de como era ridículo andar pendurado de um cigarro, ficar nervoso por não ter o cigarro que  tinha necessidade de fumar naquele momento ou por não ter algo para o acender.
Mas a recordação mais dramática que tenho vem de há muitos anos, no aeroporto de Hong-Kong. Quando esperava, depois do check in, poder fumar, sossegadamente, o meu cigarro, reparei que era proibido fumar no aeroporto! Havia, lá bem no fundo, um “buraquinho” onde os viciados se juntavam para acalmar o vício. Um vidro os separava de quem passava. Fiquei com a sensação de que alguns que ali ficavam a admirar os patetas que se drogavam, se riam ou sentiam dó do disparate que fazíamos. Senti-me exposto numa gaiola, mas continuei a fumar. Infelizmente. Mas quem sabe se não começou aí o processo que me levou a deixar esta dependência?
Li algures que, apenas em Portugal morrem, por ano, dez mil pessoas em consequência dos malefícios do tabaco. Uma quantidade estúpida de gente que decide viver menos ou morrer em nome de um vício ridículo!
E porque o fumo no ar afecta, necessariamente, quem esteja por perto, provocando-lhe possíveis graves danos, acho muito bem que a proibição de fumar, em certas circunstâncias, seja levada muito a sério e que, cada vez mais, os fumadores tenham de se isolar para cometer esse acto louco de sem matar aos poucos.
Mais um aspecto me apetece realçar. Não esse do cadastro que se diz querem fazer dos fumadores ou de alguns fumadores. Mas que o facto de ser escravo de um vício, tabaco, droga ou outros, a que muitos chamam doença social, deveria ser uma informação do cartão de cidadão, para ser tido em consideração nos Serviços de Saúde para regular os custos dos serviços que lhe sejam prestados, tal como deveriam ser levados em conta outros actos de que possam resultar custos que, no final, todos pagamos!
Cada um deve ser responsável pelo mal que a si próprio faça de modo consciente, pois do que faça aos outros será a Justiça a decidir, pelo que as consequências legais deveriam ser mais severas. Os causadores de acidentes pessoais, rodoviários, etc…
O Serviço Nacional de Saúde existe para cuidar da saúde social e não dessas “doenças sociais” que qualquer democracia pode considerar um direito, mas que agride os direitos dos demais. Será que a democracia se não importa com estes?
É absolutamente necessário que a consciência das más acções seja bem nítida e bem definida e que as consequências de tais actos sejam avaliadas quanto à responsabilidade de quem os pratica.
Como a responsabilidade consciente se encaixa nesta cultura estranha de “direitos sem limite” que não têm em conta os direitos dos outros, eu não sei. Por isso não sei como resolver tal questão. Mas que é um problema, é!

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