Continua a fazer-me confusão como se mede o esquerdismo ou o direitismo de um partido ou de uma facção e mais me confunde, ainda, ouvir que há um espaço no “centro da esquerda” não preenchido pelo PS, pelo BE ou pelo PCP que um novo partido deve preencher.
É desesperante a insistência
nesta loucura de compartimentação dos problemas, no modo de os avaliar e de os
resolver, a qual parece aumentar quando, afinal, se vão reduzindo àquele
que será o único do futuro, o da sobrevivência.
Este modo de fazer revela,
afinal, mais um aspecto da insuficiência da capacidade de entendimento dos
problemas, o que leva a compartimentar a realidade na tentativa de melhor a
compreender, mas faz esquecer a necessidade de uma síntese que retire depois,
das múltiplas tentativas de conhecimento, o verdadeiro saber.
Depois de séculos e
séculos de política a que lugares distintos e distantes deram, naturalmente,
matizes diversos também, depois dos avanços científicos que vão revelando a
unicidade do saber, da globalização que deveria fazer da Terra a casa comum
que, em conjunto e com saber, devemos gerir, continua-se a dividir o espaço
político que não é feito de ideais mas de oportunidades, tantas quantas sejam pretendidas
para entrar no jogo do poder que não é, a realidade bem o mostra, a preocupação
do bem comum.
Parece que um novo partido
político vai nascer em Portugal, parece que se vai chamar LIVRE, parece que vai ficar encravado
no meio vazio da esquerda, parece que mais uma esquerda pretende nascer entre a
que, infelizmente, tem sido nada!
Conforme o seu mentor, “o
(...) lugar é no meio da esquerda. Entendemos como nosso dever a procura e a
realização de convergências abertas, claras e transparentes, para criar uma
maioria progressista capaz de criar uma alternativa política em Portugal e na
Europa.”
Soa-me a nada, porque é nada
o que existe nas ideias que pretende fazer convergir!
Poderia convencer-me
alguém que me propusesse procurar ideias novas. Estas tão requentadas, NÃO!
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