Caiu mal em toda a gente sensata aquele discurso introdutório de Soares na Aula Magna, aliás cópia fiel do que vinha dizendo em sucessivas entrevistas com que jornais e televisões procuram encher espaço quando não encontram melhor forma de o fazer.
A Aula Magna é num
espaço que foi criado para expressar o bom senso, a competência e o saber, mas transformou-se
no magno auditório do disparate que a democracia mal entendida tornou livre também.
Foi ali que se escutaram incitações à desobediência civil, se sugeriram violências
que substituam os procedimentos da democracia consolidada, se declarou não se estar
ali em defesa de nada e, até, se propôs a forma mais trauliteira de correr com
o Governo, à paulada!
Não haveria como defender
tais atitudes e as críticas negativas sucederam-se, enquanto envergonhados
correligionários procuraram, no seu silêncio, alhear-se de tamanhos disparates.
E teriam de surgir as
desculpas, a começar pelo próprio Soares que afirma apenas ter querido chamar a
atenção para o que poderia suceder!
Mais um ou outro tentou
defender a mesma indefensável tese porque do discurso não ficaram quaisquer
dúvidas quanto aos intuitos de Soares. E é mau quando tem de se explicar melhor
o que se quis dizer, porque fica tudo muito parecido com aquelas anedotas que
se contam a propósito do Bocage. Sei lá eu porque!
A verdade é que se
seguiram atitudes nunca antes vistas e atentatórias da dignidade de uma
democracia autêntica que a atitude de Soares claramente ofendeu.
Hoje, Portugal é um país
onde, à conta não sei de quais razões, pois Soares não as justifica alguma vez,
tudo se pode fazer. Ficou claro que a polícia pode tomar a Assembleia da
República e os “trabalhadores” os ministérios e, deste modo, tornarem-se no “governo”
deste país que corre o risco de ficar desgovernado!
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