ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O DESEMPREGO QUE NÃO QUER TRABALHAR


Uma daquelas reportagens alusivas ao Dia de S Martinho, aquele em que, segundo a tradição, se vai à adega provar o vinho e todos gostamos de comer castanhas, levou-me até a uma zona de Trás-os-Montes, onde a apanha deste fruto estava a acontecer.
Da Bulgária e da Roménia eram, sobretudo, os que, naquele lugar trabalhavam. Português era apenas o dono que foi muito claro quanto à necessidade de recorrer a estranhos para conseguir a mão-de-obra sem a qual os frutos apodreceriam na árvore ou no chão! Mesmo havendo tanto desemprego em Portugal, há anos que a tinha de procurar no estrangeiro. Reconheceu que, este ano, já teve alguns contactos para trabalho mas que, perante as más experiências de outros tempos, prefere continuar a contratar os que lhe dão mais garantias!
Também em outros domínios nos quais somos grandes produtores mundiais, como nos olivais, por exemplo, falta a mão-de-obra no tempo da apanha…
Já antes, em outras peças que vi, se falava de mão-de-obra estrangeira, até vinda do Vietnam, que, em Portugal, procura e encontra as suas oportunidades, talvez aquelas que os “doutores” portugueses desprezam.
Não sei o que dirão a isto os que sempre se referem à elevadíssima qualificação dos nossos jovens que, sem trabalho no país, acabam por emigrar e, deste modo, entregam, a outros, o fruto do nosso investimento em educação. Mal orientada e mal dimensionada diria eu porque, afinal, formamos em domínios de poucas necessidades locais.
Já imaginaram um país só de doutores?
Já não se apanhavam as castanhas, limpavam retretes, recolhia o lixo, engomava a roupa e muitas outras coisas que não são trabalhos próprios de tão ilustres criaturas! Ou antes, tudo isso se faria porque de outros lugares, mais terrenos, viria quem faz do trabalho a forma de ter o rendimento de que carece para viver.

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