Das duas uma, ou, como
dizem os comunistas e os bloquistas, o Governo anda a roubar-nos ou não há
mesmo meios financeiros para aguentar a boa vida que levávamos e nada haverá a
fazer senão viver de um modo mais austero.
Mas quem, habituado a um
certo nível de vida que lhe apareceu como que caído do céu e sobre o qual nunca
parou para pensar de onde viria o dinheiro, se resigna, agora, aos cortes que
estão a ser feitos? A quem já vestiu seda, o algodão faz comichão… Pois faz!
É uma mudança muito
profunda na vida de todos nós ou, pelo menos, para a maioria de nós, mas não
me parece que haja como evitá-lo. Endireitar a vidinha e, depois, tentar
melhorá-la, parece-me o melhor que poderemos fazer.
Gerir um país que não
dispõe dos meios financeiros bastantes para se manter, não deve ser coisa
fácil, Não é fácil, com certeza!
Mas também não posso
deixar de entender que fácil não seja a coisa para quem vê defraudadas as expectativas
que outros políticos mais optimistas lhes criaram, aqueles que, diziam, carregavam o país às
costas e recusavam o discurso da tanga. Aqueles que, orgulhosamente, proclamaram a "coragem, de aumentar a dívida, talvez porque já pensavam que “as
dívidas não são para pagar”, aqueles que nos levaram à necessidade de um
resgate financeiro que tantos problemas, agora, nos causa.
Eles andam pior aí com as
mesmas teorias de que não vivemos melhor porque o governo não quer e, por isso,
reclamam o seu direito a governar para, por certo, fazerem aquilo cujo
resultado já sabemos qual seja.
Tudo isto para mim é claro
e preocupante. Mas que não tenhamos, no Governo, pessoas com clarividência
bastante para fazer um pouco menos mal do que têm feito, é o que me preocupa
ainda mais! Não tenho quaisquer dúvidas da necessidade de reestruturar o país
de modo a viver com o que tenha e com o que produza. Mas gostava de o ver feito de outro modo que fosse capaz de envolver todos no mesmo propósito de "ser capaz" como o fez a Irlanda.
Em vez disso, nasceu em Portugal,
brotando como cogumelos, uma classe de gente que sabe tudo, para quem tudo são erros e em tudo vêem razões para dizer mal, para apresentar alternativas que nunca alguém testará! Mas porque não se propõem eles a governar? Talvez porque governar é complicado...
Que maldição caiu sobre Portugal que levou todos os estúpidos foram para políticos e os inteligentes para comentadores? Mas que pouca sorte!
Que maldição caiu sobre Portugal que levou todos os estúpidos foram para políticos e os inteligentes para comentadores? Mas que pouca sorte!
Fazem uma barulheira
estridente, dizem-se, desdizem-se, metem no bolso o dinheiro que a Comunicação
Social lhes paga e vão à procura de mais umas quantas coisas para criticar!
Seja política ou desporto, arte, festivais de música pimba, seja o que for. É a profissão da crise!
Lêem os jornais, ouvem
outros programas de televisão, e, quando chega a sua hora, de tudo o que leram
e ouviram tiram umas ideias que debitam como suas e, assim, vão contribuindo
para a bagunça que se gera neste país por onde deve ter passado uma onda de
loucura.
E todos reclamam, de
preferência junto à Assembleia da República que se transformou no Pátio das Lamentações,
onde cada um acha mal a parte da austeridade que lhe cabe porque é capaz
de apresentar mil razões para demonstrar que a não merece.
E as manifestações não têm interrupção. De onde virá o dinheiro que tanta inutilidade custa? Como poderá um sector de transportes estar de greve mais dias do que os que trabalha? E os milagres sucedem-se.
E as manifestações não têm interrupção. De onde virá o dinheiro que tanta inutilidade custa? Como poderá um sector de transportes estar de greve mais dias do que os que trabalha? E os milagres sucedem-se.
Ou são sempre os mesmos
que o Arménio consegue arregimentar, porque não acredito que a seita do Soares
convença alguém, ou estaremos, mesmo, à beira de graves incidentes que nos vão
impor uma austeridade ainda muito maior! E todo aquele espaço em frente da AR
não chegará para a bagunça que se vai instalar.
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