Diz ser em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social que Soares convocou, para esta manhã e na Aula Magna da Universidade de Lisboa, um encontro para o qual convidou diversas personalidades que gostaria de ver ligadas e esta ideia de demitir o Governo e o Presidente da República, aos quais chamou “o bando”.
Esta iniciativa tem todos
os ingredientes de uma revolta palaciana que Soares vem preparando desde há
bastante tempo, aproveitando mais a indignação dos políticos sem “tacho” do que
os sentimentos do povo que, aos poucos, se vai dando conta da inevitabilidade
de pagar pelos excessos que foram cometidos e de regressar a uma vida de
trabalho que lhes garanta a subsistência, até que, pelo esforço de todos, se vá
conseguindo mais.
Ouvi a entrevista prévia de
Soares e teria ficado perplexo com as baboseiras que disse nestes tempos em que
outras razões mais sérias se sobrepõem ao simples revolucionarismo que o
caracterizou e parece o não larga jamais, se não soubesse quem é o homem
desumano e egoísta que abandonou muitos e muitos milhares de portugueses à sua
sorte pela descolonização que fez, muitos dos quais sofrem hoje tormentos que
tantos “socialistas” retornados jamais sofreram. Se não soubesse que é o homem
que entende dever o país pagar as multas dos seus excessos de velocidade, bem
como continuar a pagar-lhe as mordomias que lhe paga e tirariam a fome a milhares
de gente em sérias dificuldades!!!
Mário Soares não tem
aquele espírito próprio dos portugueses que se unem perante as dificuldades,
que renovam as forças quando parece que elas já não existem para acabar por
vencer.
Antes, ele deseja
prosseguir este rumo ao socialismo que nos levou ao buraco do qual tentamos
sair.
Será a teimosia de um
homem que não soube reconhecer as mudanças de um tempo que é tão diferente
daquele do qual se lembra, ainda, nos seus momentos de lucidez, e não lhe permite
saber que não haverá como continuar a fazer de velhas mezinhas remédio para
males novos e bem mais castigadores se não soubermos lidar com eles.
Já não é o tempo da
Alameda em que conseguiu congregar o apoio de tantos que, incluindo eu, fizeram
uma enorme demonstração de não querermos ser mais um satélite da então União
Soviética.
Hoje é diferente, a luta é
por um futuro que pouco terá a ver com os imperialismos e os vícios
esbanjadores do passado, que não é contra as prepotências de uma ideologia
qualquer que arregimenta multidões ávidas das benesses que ela lhe possa
oferecer e, por isso, despreza o povo de quem confiscaram o poder.
Portugal precisa, por
certo, de homens à sua medida, à medida da grandeza que já teve, capazes de
fazer o que é urgente que se faça. Verdadeiramente sem medo!Por isso,Portugal dispensa
ressabiados inúteis que se estão nas tintas para o país e para os portugueses
que insultam quando os incitam a uma revolta que coloque em suas mãos o poder
que tanto desejam.
Proponham a cooperação que
é negada, insistam no unir de forças que nos fará vencer, contribuam para a mudança que nos garantirá o futuro e deixem-se de brincadeiras!
O povo não pode deixar-se enganar!
O povo não pode deixar-se enganar!
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