Não pode haver dúvidas sobre a má qualidade do ensino secundário em Portugal. Os resultados do trabalho dos professores, com mais de metade das provas dos seus alunos com nota negativa, são a demonstração clara, a evidência que se não pode negar.
É, pois, urgente que muita
coisa mude para que os resultados se alterem. Não será apenas uma a causa do
que acontece. Mesmo assim, não arriscará muito quem diga que a
qualidade dos professores será, dentre todas, a mais importante.
Temos os alunos que temos
e é para com eles o dever de organizar uma Escola adequada à sua
formação, no que a qualidade e a competência dos professores é, naturalmente, um factor essencial.
Ser professor é uma
profissão muito especial porque requer, para além do saber, qualidades que não
são comuns à maioria dos cidadãos.
O mais sabedor não é,
necessariamente, o que melhor é capaz de transmitir o conhecimento. Tenho disso
provas diversas ao longo da minha carreira de estudante, com casos em que à
qualidade profissional que, em alguns casos, era, sem dúvida, a melhor ou das melhores no mundo, não correspondia a melhor qualidade de docência.
É natural, pois, que os
que se propõem ser professores possuam a capacidade de transmissão de
conhecimento que apenas o conhecimento científico não garante, pelo que não
será apenas a avaliação deste conhecimento o bastante para definir a
capacidade para leccionar.
Há, pois, que pensar de
outro modo a prova que confirma a aptidão para para o ensino, tanto mais que não
existem escolas que formem professores.
E, por ser assim, não será
uma prova dos conhecimentos científicos a que se impõe para garantir uma melhor
qualidade dos professores.
Além de tudo isto, não me
parece muito meritório o desempenho global do ministério de Nuno Crato que me
parece responsável por demasiadas indefinições e alterações, por vezes intempestivas, excessivas e nem sempre muito
compreensíveis, o que, certamente, não pode deixar de ser causa do baixo rendimento dos
alunos.
Mas não avaliar os
professores também não será, de todo, solução!
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