Nunca, como agora, houve tantos programas de opinião e de antena aberta, onde cada um vai mostrar a sua sabedoria sobre as mais variadas questões. Há, mesmo, quem perceba de tudo, de economia, de sociologia, de futebol e sei lá mais do que. São gente sem dúvidas, profundamente conhecedores daquilo de que falam. E falam de tudo.
Novos canais nasceram como
cogumelos no ambiente bafiento e quase ridículo em que a política portuguesa se
tornou. Mas os programas, uns com cariz de sérios e outros de brincalhões,
estão a tornar-se uma maçada repetitiva e sem graça, com humor rasteiro e
ordinário por vezes, com as mesmas caras a aparecer em toda a parte.
É difícil encontrar algo
de sério e com qualidade para ler na comunicação social escrita e ver em programas de televisão que vão um pouco
além de improvisados e de produção baratinha. Enfim, é a crise!
Mas quem estiver atento,
semana após semana, facilmente perceberá que dizem e desdizem, sempre numa
linguagem que se presta a interpretações dúbias, o melhor sintoma de
ignorância que alguém pode revelar.
Possuem grande quantidade
de informação, sobretudo daquela que resulta de leituras apressadas em que
baseiam afirmações categóricas que não dão aso à contradição e à afirmação da
existência de “estudos” que não identificam nem provam a existência, mas que concluem isto ou aquilo, o que bastará como
garantia das verdades anunciadas ou como prova das demonstrações feitas. O mais contrário ao cuidado e à seriedade com que deveriam ser tratados os problemas graves de um país com muita gente em sérias dificuldades.
Bem vistas as coisas,
sustentam discursos longos e labirínticos onde o ouvinte ou o leitor facilmente
se perde e,assim, não é difícil trocar-lhe as voltas, o que lhes consente uma
posterior afirmação de “como eu já disse...”.
Francamente, parece-me
conversa a mais para tão repisados temas dos quais não conseguem sair. Nem
saem, enquanto não encontrarem caminhos novos para um futuro que não seja a
monotonia da desgraça deste que construímos.
Opinar é uma moda que,
para uns, será a oportunidade de ganhar uns cobres que a “crise” torna
apetecíveis e, para outros, poupar umas lecas nos custos da programação ou no
preenchimento de espaço que se tornou excessivo para a falta de qualidade, de saber
e de imaginação que faz parecer de sábios um país de espertalhões.
Poucas, mas há excepções, como sempre. Mas, mesmo assim, a inovação é pouca.
Poucas, mas há excepções, como sempre. Mas, mesmo assim, a inovação é pouca.
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