ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

ASSUMIMOS A REALIDADE OU SEREMOS EXPULSOS DO “PARAÍSO”?


Poucas ou nenhumas novidades nos trará esta política que continua a não fazer da realidade das coisas o objecto das suas preocupações nem procura nela as explicações para os múltiplos problemas que enfrenta. Pelo contrário, fixa a sua atenção na pseudo-realidade que criou e insiste em gerir o mundo real segundo as leis que, para o seu mundo irreal, inventou.
Há tanto tempo que é assim que se esqueceu completamente do mundo real, aquele onde as coisas importantes para a Humanidade acontecem porque, embora persistindo em viver num mundo de fantasia, jamais o Homem deixará de ser um Ser da Natureza, em vez do senhor que dela julgou ser.
Basta reparar nas “novidades requentadas” que são as grandes notícias do dia a dia, nas quais sempre se fala da mesma coisa por mais que se tente alterar-lhe o aspecto, prestar atenção aos problemas que se tenta resolver mas sempre defrontam as mesmas dificuldades inultrapassáveis todas as vezes que se pensa ter encontrado uma solução, atentar na crise que deixou de ser um período de correcção dos problemas económico-financeiros que se vão acumulando entre períodos de sucesso e se tornou num longo período de problemas não resolvidos que breves momentos de ilusória esperança não conseguem fazer acabar.
Sucederam-se as propostas e os falhanços dos sábios que procuraram e julgaram encontrar, em situações do passado, semelhanças que os inspirassem na solução dos problemas do presente que, infelizmente, extravasaram já o âmbito do domínio em que estão habituados a mover-se e apenas no qual as suas teorias têm relativa validade.
Até os Prémios Nobel da Economia continuam a ser atribuídos a trabalhos que não ultrapassam os limites da fantasia que a realidade já ultrapassou, continuando a ignorar a fronteira com o mundo em que se insere, aquele do qual provêm os recursos escassos que têm alimentado a fogueira em que, segundo as teorias da abundância em que persistem, excessivamente os queimaram.
Não é, pois, de um problema de teoria que se trata, mas de uma questão do meio e das condições em que se aplica.
Está a “economia de sucesso” que, arduamente, tentamos recuperar, rodeada pelos graves problemas que, levianamente, criou e, agora, lhe cortam as vias para um novo fôlego de expansão de que necessitaria para se continuar. Refiro-me às questões, numerosas e insuperáveis a curto prazo, que tornam o nosso Ambiente cada vez mais hostil ao modo de vida que adoptámos.
Seria bom que as levássemos em conta e perdêssemos, de vez, a petulância do que se julga permanentemente dominador, para assumir, em vez dela, a humildade de admitir a insignificância que somos perante um poder maior, o da Natureza que nos rege e, bem ao contrário do que pretendemos, não regemos.

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