ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A CADA CAVADELA… MINHOCAS!

Quando Portugal mais precisa de políticos diferentes da maioria destes que se preocupam mais com eles do que com aqueles de cujas vidas dispõem como se fossem coisa sua, aparece alguém que, depois de voltar costas ao partido do qual se serviu para ser eleito deputado europeu, tem a ousadia de dizer, num país onde o salário mínimo é inferior a 500 euros, o salário médio não chega a 800 euros e os desempregados são mais de 15% da população activa, que “os órgãos de soberania em Portugal são mal remunerados, a começar no Presidente da República e a acabar nos juízes. Deveria haver essa cautela. E não há porque muitos políticos encontram formas, por vezes ilícitas, de suprirem essa deficiência”.
É verdade que Cavaco Silva já se referiu, um dia, a um salário que mal daria para viver. Por isso, o que seria de esperar de alguém que considera que os 4800 euros que recebia como bastonário da Ordem dos Advogados, mais de 4300 euros para além do que recebem milhões de portugueses, “não permitem grandes coisas”?
Para lá deste termo de comparação despudorado e afrontoso, pelo menos para quem não tem sequer o bastante para sobreviver, é curiosa a justificação para o que afirma na frase lapidar que acima está transcrita, a qual parece ser a “necessidade” que muitos políticos sentem de encontrar formas, por vezes ilícitas, para “suprirem essa deficiência” que é a remuneração não “digna” para a qual os que ganham muitíssimo menos contribuem.
Soa como que a uma justificação para tanta corrupção com que a Justiça parece começar a preocupar-se, imprópria de um advogado.
Não creio que passe em claro esta barbaridade vinda de quem quer formar um partido para poder disputar o poder porque afronta milhões de portugueses que, ano após ano, vêem reduzidos ou até perdidos os seus rendimentos. 
Mas também não creio que possamos ficar muito mais tranquilos com os planos que me parecem ser os de quem se esforça por vir a “governar” este país.


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