ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 7 de setembro de 2014

A PESCA DO ROBALO!

Evidentemente, não somos todos iguais. Uns são assim, outros são assado mas há, também, os espertalhões que se distinguem de todos os demais porque conseguem o que, pensava eu, apenas Cristo havia conseguido, a multiplicação dos peixes!
Reconheço, todos reconhecemos, para além da vulgaridade a que a maioria de nós pertence, a existência de pessoas verdadeiramente extraordinárias pelo mérito da obra que fizeram. Desde os filósofos que discutiam na Praça de Atenas onde disseram verdades que ainda hoje o são, ao Infante D Henrique que, desde o Promontório de Sagres viu, para lá do imenso mar, o muito que ainda haveria para encontrar, até àquela figurinha quase insignificante de um Einstein que viu, para lá do evidente, o que muitos anos depois cientistas ainda andam a confirmar!
Não o fizeram pela riqueza que tal lhes trouxesse e nem sequer pensariam na fama que a História lhes iria reservar.
Procuravam no mais profundo dos seus espíritos as respostas para os problemas que os inquietavam, para os quais, melhor ou pior, sempre foram encontrando as respostas de cuja utilidade a Humanidade tem as provas.
Fala-se hoje de Aristóteles ou de Platão mais do que então se falava, conhece-se do Infante D Henrique mais do que no seu tempo se conhecia e de Einstein cada vez se sabe mais porque, tal como os outros também, não teve a ansiedade do imediato que hoje traz ansiosos os caçadores das glórias fugazes que almejam.
Um expediente que se usa para enganar alguém ou fazer um bom negócio ou uma influência que se utiliza para que algo seja facilmente conseguido, sempre acarreta proveitos que o trabalho sério e duro nunca conseguiria. É assim neste mundo onde a esperteza e o oportunismo assentaram arraiais e merecem, aos seus habilidosos utilizadores, as vantagens que de outro modo nunca alcançariam.
Mas quando se trata de coisas importantes, daquelas que não estão senão ao alcance dos melhores e dos mais esforçados, daqueles que dão provas de serem capazes de fazer o que outros não fazem, não há corrupção que valha porque não é com os meios que a corrupção utiliza que se alcançam outras metas que não sejam as contas bancárias que dão importância aos que, pela ausência de outros predicados, nelas a firmam.
É o mundo da subserviência ao poder económico que molda esta sociedade corrompida em que vivemos e faz orelhas moucas às palavras sensatas e sábias daqueles que “por obras valerosas” mais tarde a História recordará. Porque o dinheiro se desvaloriza, os robalos que matariam a fome a quem precisa de comer apodrecem nas caixas de presentes e os oportunistas de meia tigela, livres ou condenados, sempre acabarão esquecidos.


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